MENU

BUSCA

Comer carne crua: nutricionista esclarece os riscos do consumo de alimentos sem o devido preparo

Veja as orientações para evitar doenças e dicas para manusear os alimentos de maneira segura

Camila Guimarães

Na noite da última quinta-feira, 16, a modelo Gracyanne Barbosa, participante do BBB 25, protagonizou mais uma cena polêmica envolvendo seus hábitos alimentares. Depois de ganhar destaque na internet por ter comido nove ovos em um dia, a sister chamou atenção ao comer um pedaço de frango que ainda estava parcialmente cru. Ao ser alertada que o alimento ainda não estava pronto, a modelo disparou: “eu tô com muita fome. Eu sei que tá meio cru”, e comeu mesmo assim. A cena gerou rebuliço nas redes sociais e acendeu o alerta do público sobre o risco de contaminação.

Na avaliação do nutricionista Leandro Leal, especialista em nutrição clínica e oncológica, o principal risco do consumo de qualquer tipo de alimento cru é a contaminação por agentes biológicos, químicos ou mesmo agrotóxicos. Além disso, corre-se o risco de ingerir partículas de coisas que não são alimento, como pequenos fragmentos de pedra, madeira ou terra.

"Existem diversas doenças que podem ser causadas por essa contaminação, como a intoxicação alimentar, que gera sintomas com diarreias, vômitos, náuseas, cólicas abdominais, febre e mesmo desidratação. A mais comum é a salmonelose, causada pela bactéria salmonela", explica Leal.

Como saber o ponto seguro do cozimento de carnes?

No caso das carnes, existe uma temperatura mínima para que o alimento possa ser considerado de ingestão segura. "O tempo de cocção do alimento varia de acordo com o tipo de alimento. Em regra, o cozimento deve garantir que o centro do alimento atinja, no mínimo, uma temperatura de 70ºC, porque a maioria dos microrganismos patogênicos vão ser destruídos com o alcance dessas temperaturas mais elevadas. O tempo de cozimento vai depender do sistema que a gente está utilizando - panela comum, panela de pressão etc.", detalha o especialista.

Um ponto polêmico, alerta o nutricionista, é a preferência de algumas pessoas pelo alimento malpassado. Leandro Leal garante que o ponto da carne considerada malpassada não pode garantir a segurança necessária para a ingestão: "porque a carne, neste ponto, geralmente não atinge o mínimo de 70ºC no centro, que é o necessário para eliminar microrganismos patogênicos".

Mesmo alimentos que se come cru precisam de cuidados

Mesmo outros grupos alimentares que não passam por cozimento podem oferecer risco de contaminação, por isso, o nutricionista chama atenção: "mesmo frutas e legumes, que a gente vai consumir in natura, a gente precisa ter um cuidado e deixar esse alimento de molho por alguns minutos em uma solução clorídrica, geralmente na proporção de um litro de água para uma colher de sopa de hipoclorito de sódio", orienta.

No caso de pratos que envolvam alimentos crus, principalmente proteínas, como no caso de algumas iguarias da culinária japonesa, por exemplo, o nutricionista afirma que a saída é buscar segurança na higiene no preparo da refeição: "se atentar ao local de consumo, principalmente quando a gente vai fazer essas refeições fora de casa. Optar por locais de confiança, onde sabemos que todas as regras de higiene e segurança vão ser respeitadas e o alimento passa por boas práticas de manipulação. E, quando fizer o preparo desse alimento em casa, também cuidar dessas regras: higienizar as mãos antes do preparo e os utensílios que serão utilizados".

Belém