Combate ao sedentarismo: atividades físicas entre crianças e adolescentes traz ganhos à saúde
Celebrado neste domingo (10), o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo chama atenção para os riscos de uma vida sem atividades físicas
Celebrado neste domingo (10), o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo chama atenção para os riscos de uma vida sem atividades físicas
Celebrado neste domingo (10), o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo chama atenção para os riscos de uma vida sem atividades físicas, sobretudo entre crianças e adolescentes. Isso porque o Brasil pode chegar a 20 milhões de pessoas dessa faixa etária com obesidade em 2035, como aponta um levantamento do Atlas 2024 da Federação Mundial da Obesidade. Somente no Pará, em 2023, crianças de 0 a 5 anos registraram 5,65% com peso elevado; de 5 a 10 anos, 7,17%; e adolescentes com sobrepeso foram 17, 93%, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa).
O educador físico Thiago Sena, de Belém, explica que os riscos de uma vida sedentária entre crianças e adolescentes trazem consequências à saúde, de forma generalizada. Por conta dessa rotina sem atividades físicas, são maiores as chances de desenvolvimento de quadros como obesidade, além de gerar má qualidade do sono. Além disso, a fraqueza muscular também está ligada a hábitos sedentários. E ainda, há riscos para dificuldade de socialização, como aponta o especialista.
“O sedentarismo pode afetar de formas diversas através do aumento do analfabetismo motor e, também, gerando a obesidade, ansiedade e uma alimentação totalmente desregrada. A melhor forma que os pais podem fazer nestes casos é incentivar os filhos à prática esportiva e atividades de socialização. O maior fator do sedentarismo é a falta de atividade [física] e o excesso de telas, que faz muito mal. Tudo com tempo limite será mais saudável”, afirma.
Segundo Thiago, uma vida fisicamente ativa desde os primeiros anos de vida e, até mesmo, na juventude pode trazer diversos ganhos para o corpo, sobretudo no que diz respeito aos benefícios posturais. Tudo isso pode promover maior qualidade de vida, uma vez que a saúde corporal também está integrada com outras partes do organismo. “O grande fator de risco [com a falta de atividades físicas] é de se tornar, no futuro, um adolescente com grandes dificuldades motoras”, alerta o especialista.
Com um estilo de vida totalmente sedentário, outras doenças também podem surgir, como alerta o pediatra Vandrey Figueiredo, do Hospital RioMar, de Belém. “Dentre os diversos riscos de uma criança ou jovem crescerem sedentários, incluem maior probabilidade de desenvolverem ao longo da vida adulta problemas de saúde como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, menor desenvolvimento muscular e ósseo, impacto negativo no desenvolvimento cognitivo e emocional, além de menor qualidade de vida no longo prazo”, relata.
O médico detalha que, para evitar criar crianças sedentárias, além de promover atividades na vida dos filhos, os pais precisam limitar o tempo de tela, modelando um estilo de vida ativo. Isso também inclui oferecer opções variadas de atividades, incentivar o envolvimento em atividades extracurriculares e educar as crianças sobre os benefícios de uma rotina fisicamente regular. Ainda segundo o médico, atualmente, a tecnologia também contribui para o sedentarismo na infância e adolescência.
“As crianças e os adolescentes passam cada vez mais tempo em dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets, computadores e videogames, o que reduz o tempo disponível para atividades físicas. Além disso, mudanças no estilo de vida, como transporte motorizado para a escola ao invés de caminhar ou andar de bicicleta, o aumento das atividades sedentárias dentro de casa e diminuição do tempo de recreio e educação física nas escolas, também contribuem para o sedentarismo infantojuvenil”, destaca.
Entre as alternativas de práticas para crianças e jovens, o médico detalha: “Algumas atividades comuns incluem jogos ao ar livre, como pega-pega, futebol, basquete, natação, dança, ginástica, artes marciais, ciclismo, caminhadas e, até mesmo, brincadeiras de playground. A partir dos primeiros meses de vida, os bebês podem participar de atividades como natação infantil ou sessões de música e movimento com os pais. A escolha depende das preferências individuais, interesses e nível de desenvolvimento”, frisa Vandrey.
Com uma filha de 9 anos, o contador Michael Erlon de Souza, 36, de Belém, incentiva a prática de esportes na vida da filha, a estudante Maria Eduarda de Souza. Ele conta que a criança sempre gostou de atividades físicas e, desde os 7 anos, ela tem o hábito de jogar futebol. Foi a partir dessa paixão pelo esporte que Maria Eduarda começou, recentemente, a praticar a modalidade em uma escolinha.
“Agora, surgiu a oportunidade. A gente conseguiu colocá-la [Maria Eduarda] na escolinha. Ela está adorando. Estamos incentivando porque faz bem para a saúde dela. Hoje, no mundo digital, onde as crianças ficam muito tempo no celular, na televisão e no videogame, ela tem a oportunidade de sair um pouco desse mundo e vir para vida real, interagir com as crianças e fazer o que ela gosta, que é jogar futebol”, relata Michael.
A preocupação com a saúde e qualidade de vida da filha também é uma preocupação da família, como conta Michael. “A prática de esportes também contribui para combater a obesidade, para ela estar mais ativa. E em relação à mente também, o que ajuda muito ela a pensar rápido. E, no dia a dia, ajuda a dormir melhor, acordar mais disposta e ter foco, que é muito importante para as crianças. Antes, ela já fez karatê, natação e atividades físicas na escola. O tempo todo, ela prefere estar brincando do que no celular”, reforça.
Na família do advogado Renato Neves, 40 anos, de Belém, o hábito de realizar exercícios físicos faz parte do dia a dia. Junto da filha, a estudante Júlia Neves, 8, praticar Crossfit foi a forma encontrada para movimentar o corpo. Ronaldo conta que desde os 5 anos a menina pratica atividades com ele. “Tudo isso foi natural, porque como gosto de praticar esportes, como Crossfit e futebol, sempre levava ela para me acompanhar. E isso acabou estimulando”, conta.
“A atividade física é sempre benéfica para a saúde física e mental. E, especificamente para ela, foi muito bom, porque ela sempre foi muito ativa e agitada, com um ganho significativo nas habilidades motoras variadas. Isso traz muitos benefícios como a redução do estresse, ansiedade, melhora a qualidade do sono, redução de dores em articulações e ajuda na socialização e networking”, detalha Renato.