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Câncer de próstata mata um homem a cada 38 minutos no Brasil, aponta estudo

Campanha Novembro Azul visa conscientizar população sobre prevenção à doença

O Liberal
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Novembro começa com um alerta: No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos por causa do câncer de próstata. Esse dado fornecido por um estudo da Sociedade Brasileira de Urologia expõe a necessidade de os homens se prevenirem contra a doença. Para chamar a atenção para o problema foi criada a campanha Novembro Azul, relacionada ao câncer de próstata e desenvolvida por órgãos e instituições de saúde no País neste mês.

De acordo com levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA), somente em 2019 ocorreram 15.983 mortes decorrentes da doença. Além disso, a estimativa de novos casos está em 65.840 (para o ano de 2020), correspondendo a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. Para 2021, são previstos perto de 70 mil novos casos (um em cada três tipos de câncer em homens será de próstata), como informa o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, médico Luís Eduardo Werneck.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, o câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens e é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. Dados oficiais sobre a incidência da doença no Pará são de que em 2020 era de 33 casos para cada 100 mil habitantes, o que pode ser considerado alta, haja vista que São Paulo, no mesmo período, apresentava 43 casos, como repassa o urologista Luís Otávio Pinto. São de 90% as chances de cura quando a doença é diagnosticada precocemente. O fator genético faz com que uma pessoa possa ter mais chance de contrair a enfermidade. Esse acompanhamento médico é fundamental, até porque, como informa o urologista, este tipo de câncer demora para dar sinais na fase inicial. Já na fase mais avançada, ocorre sangramento na urina e no reto, perda de peso e apetite, dificuldade para urinar, dor óssea. 

O câncer de próstata é o principal tumor maligno de homens, é a principal causa de mortes de homens por câncer no mundo todo. No processo patológico, começam a se desenvolver na próstata células com características tumorais, cancerígenas, que começam a se alastrar, passando para órgãos do corpo, como explica Luís Otávio Pinto. O rastreio desse tipo de câncer (avaliação rotineira) abrange o exame de sangue, o PSA, e a ele é acrescentado o exame do toque retal, sobretudo, nos pacientes com alguma alteração em outros exames, como PSA e a ressonância magnética da próstata.

Luís Otávio Pinto disse ainda verificar casos de preconceito, tabu com relação ao toque retal. "Mas essa situação entre os homens melhorou muito nos últimos dez anos, e isso se deve muito pelas campanhas que a Sociedade Brasileira de Urologia vem fazendo; pelo papel da Imprensa em divulgar o Novembro Azul, isso tudo vem facilitando o acesso do homem à informação", salienta o médico.

image Urologista Luís Otávio Pinto alerta para acompanhamento médico (Cristino Martins / O Liberal)

O câncer de próstata, além da questão genética, é mais prevalente entre os idosos e a população negra. Pessoas com menos de 40 anos raramente vão desenvolver a doença. Os casos situam-se basicamente em homens a partir dos 50 anos. Por isso, homens na faixa dos 50 anos em diante devem se consultar sobre a doença regularmente, e aqueles com menor idade, mas com histórico de câncer na família, e os da população negra devem fazer o acompanhamento médico um pouco mais precoce (faixa dos 45 anos).

Nas consultas, em caso de pacientes com o exame  PSA alterado (acima de 4 nos pacientes com mais de 60 anos ou acima de 2,5 abaixo dos 60 anos), esse exame é repetido. Se o PSA continua alto e no exame de toque retal se sinta área irregular na próstata, com endurecimento, nodulação, o exame de última palavra é a biópsia da próstata. Confirmada o câncer, o tratamento depende da fase de identificação da doença. Quando a doença está na próstata - a cirurgia prostatectomia radical (convencional ou robótica), a radioterapia; quando o câncer extrapola a próstata - tratamento paliativo.

Atenção

O médico oncologista Luís Eduardo Werneck destaca que, além dos fatores de risco, a expectativa de vida do brasileiro vem aumentando, e, segundo o médico, esse é o principal fator que vai desencadear este tipo de câncer em alguns homens. Sete em cada dez casos da doença são encontrados em homens acima de 65 anos de idade. 

"Como fatores de risco também são observados na etnia negra; histórico familiar; as mutações dos genes BRCA 1 e 2 e a Síndrome de Lynch também podem aumentar alguns tipos de câncer, especialmente, o de próstata", pontua Werneck. A exposição do corpo à radiação contribui para o desenvolvimento da doença. Homens vasectomizados (tema de estudos em andamento) têm um risco um pouco maior.

image Oncologista Luís Eduardo Werneck chama atenção para cuidados com a saúde do homem (Divulgação)

O tratamento da doença em fase avançada abrange a hormonioterapia, radioterapia e a quimioterapia. "A mortalidade vem caindo no mundo nos últimos 20 anos graças a medicamentos novos adotados", conclui Luís Eduardo Werneck.

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