Campanha virtual chama atenção para o trabalho infantil durante a pandemia
Grupos de WhatsApp foram formados para o acompanhamento das famílias atendidas.
Nesta sexta-feira (12), Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, a Prefeitura de Belém, por meio da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), alerta para os riscos e cuidados que se deve adotar em meio à pandemia em campanha virtual pelas redes sociais.
A campanha segue orientação do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e tem como tema “Covid-19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil”.
Em Belém, a Funpapa, por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), criaram estratégias emergenciais para prosseguir com o atendimento à população. No Creas Marialva Casa Nova, localizado no distrito de Mosqueiro, por exemplo, o atendimento se dá remotamente.
“Estamos dando continuidade aos atendimentos realizados no Creas, em especial as famílias que possuem crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. Fizemos acompanhamento de 25 famílias e de 37 crianças e adolescentes no período de março até junho por meio do trabalho remoto, com orientações sobre prevenção ao coronavírus e como estava se dando o relacionamento familiar com foco na rotina das crianças e adolescentes”, explicou a coordenadora Claudia Cezar.
De acordo com Leila Leão, educadora social do serviço de convivência do Cras Benguí, é necessário que as crianças estejam em suas casas protegidas. Ela explica que o teletrabalho é uma novidade para o Serviço de Convivência mantido pelo Cras.
“Criamos um grupo de WhatsApp chamado ‘Aprendendo a conviver’, no qual orientamos sobre o combate e a prevenção do trabalho infantil utilizando pesquisas documentais e falando sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mostrando vídeos sobre as consequências do trabalho infantil, apresentando slide lúdico contendo imagens e orientações e enviando atividades para as famílias, como por exemplo ensinando a fazer o catavento que é o símbolo da campanha”, disse Leila Leão.
A coordenadora do Programa de Erradicação do trabalho Infantil (Peti), Cássia Romana, diz que rede de serviços de assistência social é fundamental: “Disponibilizamos de cinco Creas e doze Cras que desenvolvem ações de busca ativa e orientações às famílias que estão vivendo essa prática. Depois da identificação da ocorrência de trabalho infantil, é necessário registrar a criança ou adolescente, bem como sua família, no Cadastro Único. Após isso elaboramos um plano de acompanhamento no enfrentamento da situação e encaminhamos para o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos nos Cras”.
Números
Em 2019 foram realizados 605 atendimentos de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil pelo Serviço de Proteção Especializado a Famílias e Indivíduos e pelo Serviço Especializado em Abordagem Social da Funpapa. De janeiro a março deste ano, foram contabilizados 155 atendimentos.
Denúncias de trabalho infantil podem ser feitas no Conselho Tutelar mais próximo ou pelo Disque Denúncia Nacional, o Disque 100.