Brasileiro é descuidado com cibersegurança
Professor alerta para comportamentos perigosos ao usar computadores e celulares ligados à internet
Professor alerta para comportamentos perigosos ao usar computadores e celulares ligados à internet
Cibersegurança é um conceito ainda distante do conhecimento e das práticas diárias de muitos brasileiros. Só que possuir um computador ou celular e estar conectado à internet requer atenção. Há muitos perigos, que vão desde o acesso indevido a e-mails e redes sociais digitais a falsificações e sequestro de informações. Van Glauco Sarraf Moraes, professor especialista em Redes de Computadores da Unama, afirma que os cuidados com a cibersegurança não exigem muito investimento, mas precisam ser tomados imediatamente.
A cibersegurança passou a ser uma preocupação constante desde que a internet chegou às casas das pessoas, entre o final dos anos 90 e início dos anos 2000. E desde então a internet passou a ser ainda mais presente na vida das pessoas. Logo, todas as pessoas deveriam estar preocupadas com a cibersegurança ao acessar a internet, independente da razão. Seja para uma busca rápida por algo, ler notícias, acessar as redes sociais digitais, fazer um pagamento online ou gerenciar transações bancárias.
Van Glauco observa que a base da cibersegurança é o bom senso. Saber o que está acessando na internet e não ser inocente com mensagens e links suspeitos, sobretudo os enviados por pessoas desconhecidas; não abrir pen-drives, CDs e DVDs desconhecidos; não utilizar softwares piratas e programas indesejados; e não usar senhas fracas, óbvias e curtas já é um começo. São medidas totalmente gratuitas e que são reflexos de hábitos. Outras medidas gratuitas e essenciais para evitar problemas na internet são ter um antivírus atualizado (um grátis já resolve) e sistema e programas atualizados
Como os celulares se tornaram um dispositivo de destaque na hora de acessar à internet, é para estes dispositivos que Van Glauco chama a atenção a respeito da cibersegurança. Muitas transações financeiras são feitas pelo celular. Pagamento de um boleto, transferência, pagamento com cartão de crédito, consultar o saldo na conta ou mesmo pagar uma corrida de Uber são transações financeiras que podem ser interceptadas por criminosos. Por isso, um antivírus no celular e senhas fortes, que misturam letras, números e caracteres dificultam o acesso de criminosos.
"Nada na tecnologia é 100% seguro. E tudo o que fazemos na internet nos afeta diretamente fora dela. São coisas que as pessoas não devem esquecer. O brasileiro é muito displicente com a cibersegurança, mas isso já está mudando. Já evoluímos muito", diz Van Glauco.
Também é nos celulares que as pessoas mais acessam redes sociais digitais. Os aplicativos mais usados, alerta Van Glauco, Facebook, Instagram, WhatsApp, Telegram, são hackeados com frequência. E várias vezes as empresas responsáveis pelos aplicativos reconhecem que dados de milhões de usuários são acessados. A partir de dados de redes sociais, muitos criminosos conseguem forjar documentos e com isso fazer clonagem de cartões de crédito, empréstimos fraudulentos... e aí ficará difícil para a vítima provar que não fez essas coisas.
"Mas é preciso se manter alerta. Muitas pequenas e médias empresas já fecharam as portas por causa de ataques cibernéticos, por erros comuns. Um deles, fundamental, é não manter um backup atualizado de todos os arquivos importantes. E em vários locais. Na nuvem, mídias removíveis, HD externo. É importantíssimo manter um backup para não perder tudo e não ser vítima de sequestro de dados ou arquivos", conclui o professor.