Blitz leva ações de conscientização sobre o autismo neste domingo na praça da República
O evento iniciou às 8h e segue até às 12h e tem como objetivo disseminar informações e ampliar o debate social sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
A praça da República foi palco, na manhã deste domingo (6), de uma blitz que faz parte da campanha "Autismo: onde o mês de abril é referência", promovida pelo Instituto Parceria do Bem. O evento, que começou 8 horas, teve como objetivo disseminar informações e ampliar o debate social sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), combatendo a desinformação e o preconceito.
A programação contou com uma blitz com informações sobre o TEA. E, ainda, com apresentações musicais de artistas regionais. Entre os convidados, o cantor Nilson Chaves. A banda da Guarda Municipal de Belém também participou do evento. A blitz integra parte das ações voltadas ao "Abril Azul". A data tem o objetivo de levar informação à população e combater a discriminação contra pessoas com TEA.
O assistente administrativo Pedro Miguel, 47 anos, acompanhou a programação. Ele estava com o filho Miguel, de 12 anos. E destacou a relevância do evento. “É sempre importante a gente estar fazendo com que as pessoas entendam um pouquinho mais sobre o que significa o espectro autista. Na verdade, é uma característica, uma forma diferente de ser”, disse. “Muitas vezes, as pessoas entendem como uma deficiência. Mas, na verdade, é só uma forma diferente de funcionamento cerebral”, afirmou. “O Miguel é um menino de 12 anos, alto, maior que eu. Ele é não verbal, ele não fala. Chegou a desenvolver no início, mas, como a gente chama, ‘reverteu’: parou de falar. Ele faz terapias, acompanhamentos, métodos de comunicação alternativo. Mas é muito difícil ainda a comunicação. Ele entende alguns comandos; outros, não”, contou Pedro Miguel.
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“Uma coisa que me incomoda muito. Eu digo para as pessoas que sou autista. Daí todo mundo diz: ‘mas você não tem cara de autista’. E, até hoje, eu não sei como é a cara do autista. Há muita falta de informação. Há três níveis de autismo. Meu é grau um. Eu consigo me socializar, eu consigo me adaptar aos comportamentos, aos sons. Eu fui entendendo, até psicologia eu fiz pra entender”, contou Rosângela Sales. Por isso, destacou, o evento deste domingo tratou da conscientização. “Todo mundo que acha que o autismo é uma questão mental. Mas não é uma doença. Eu fui nos maiores neurologistas do estado do Pará. Fui em três. Fiz muitos exames, várias ressonâncias, raios X, e não apareceu nada, porque o autismo é uma questão cognitiva”, explicou.
Como identificar um autista?
Os sinais do autismo podem surgir ainda na infância.
Principais indícios:
Atraso na fala e na comunicação.
Pouco contato visual ou interação social
Repetição de palavras e frases sem contexto
Preferência por brincadeiras solitárias
Dificuldade em expressar emoções e interpretar as dos outros.
Se perceber alguns desses sinais em seu filho ou em alguém próximo, busque um especialista para avaliação.
Três níveis do autismo:
Nível 1 (leve):
Dificuldade social leve. Fala bem, mas tem desafios na comunicação e rotina. Pode precisar de pouco suporte.
Nível 2 (moderado):
Dificuldade maior na comunicação e na adaptação a mudanças. Precisa de suporte substancial
Nível 3 (severo):
Pouca ou nenhuma fala. Grande dificuldade social e comportamento. Necessita de muito suporte diário
Fonte: Instituto Parceria do Bem