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Belém recebe projeto que aproxima alunas e professoras da rede pública do ambiente científico

Em todo o Pará, quatro projetos divididos em três instituições científicas foram aprovados para integrarem o programa “Futuras Cientistas” nesta edição

Maycon Marte | Especial para O Liberal

Participando pela primeira vez no projeto Futuras Cientistas, do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), o Museu Emílio Goeldi, de Belém, acolhe a ideia de propagar a ciência. A iniciativa trabalha para combater a desigualdade de gênero na ciência e aproxima alunas e professoras das redes públicas do ambiente científico, por meio de experiências práticas na instituição.

As atividades nos laboratórios iniciaram na última terça-feira (16), no campus de pesquisa do Museu Goeldi no bairro da Terra Firme e seguem até o dia (26) com a apresentação dos resultados das experiências desenvolvidas pelas participantes.

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“Popularizar a ciência porque o que elas vão fazer aqui vai ficar para a posteridade, e elas também serão treinadas para levar adiante esse conhecimento. Então elas podem fazer uma aula prática na sala delas e repassar isso para os alunos”, afirma.

O projeto tem dois meses de duração e as inscrições são feitas on-line. O primeiro mês é dedicado à imersão nas instituições científicas e o segundo terá programações remotas aos sábados. Para incentivar a participação destas mulheres, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um dos parceiros da iniciativa, oferece uma bolsa no valor de R$ 600, divididos igualmente nos dois meses de curso. Segundo dados divulgados pelo Cetene, cerca de 70% das participantes do programa alcançam a aprovação no vestibular e em média 80% delas escolhem áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Museu Goeldi

No museu, duas experiências contribuem com o projeto. A primeira delas, intitulada “Biodiversidade invisível, técnicas de higienização para o dia a dia”, é focado nos microrganismos que nos cercam. A pesquisa explora a prática da identificação destes organismos, que costumam passar despercebidos, e aproveita para ensinar como higienizar objetos utilizados no cotidiano. A segunda experiência, coordenada pela doutora Ana Paula Linhares e intitulada “A imensidão do mundo microscópico”, foca na contribuição do estudo dos organismos e seres microscópicos que nos cercam.

Relatos

A aluna do terceiro ano do ensino médio, Geovanna Silva dos Santos, descreve a experiência de aprendizado na instituição por meio do programa. “Foi muito chocante porque na minha escola a gente não tem esse contato com o laboratório, então foi muito legal conhecer os equipamentos e ver como elas realizam os experimentos, como tudo funciona”, relata, destacando que o projeto reacendeu nela a paixão antiga pela biologia.

A iniciativa, embora direcionada para alunas e professoras da rede pública, atinge também os pesquisadores voluntários que compartilham seus conhecimentos com as participantes. A bióloga e doutora em geociências, Ana Paula Linhares, ressalta o quanto o programa toca suas memórias.“Eu me sinto extremamente lisonjeada, é uma oportunidade única para elas, mas para mim também é excelente, porque eu vejo nelas a menina que fui no passado e que infelizmente não teve as mesmas oportunidades”, lembra a pesquisadora.

Belém