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Áreas de lazer proporcionam bem-estar à população e dão nova cara à capital

Espaços como Porto Futuro e Boulevard da Gastronomia aumentam qualidade de vida e impulsionam turismo; novas opções estão em construção

Ádria Azevedo | Especial para O Liberal

Antônio Lemos, enquanto intendente (atual cargo de prefeito) de Belém, promoveu uma série de intervenções na cidade. Algumas delas envolveram a criação de áreas verdes, como as praças da República e Batista Campos. Além do objetivo estético e de salubridade, esses espaços pretendiam funcionar como locais de lazer da elite da época. 


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Já o Porto Futuro foi inaugurado em 2020, próximo da zona portuária de Belém, no fim da Avenida Visconde de Souza Franco. A construção do parque urbano incluiu pistas para corrida e ciclismo, playground, academia ao ar livre, área pet, espaço gastronômico e detalhes paisagísticos, como um lago artificial, chafarizes e arborização.

O empresário Iago Cavalcante costuma levar Enzo, seu filho de 4 anos, para brincar no Porto Futuro. “Ele gosta bastante do parquinho e também de se molhar na fonte. Acho que é um espaço muito importante de lazer para as crianças, gratuito. Recentemente ele ganhou uma bicicleta, então vamos trazê-lo para ensinar a andar aqui. É um espaço bem cuidado”, diz Cavalcante.

Iago Cavalcante, pai de Enzo, mora na Sacramenta e diz que vai até o Porto Futuro, no Reduto, porque ainda não há opção semelhante em seu bairro. “Se tivesse algo mais próximo, como o que estão construindo, com certeza a gente utilizaria”, afirma, referindo-se à perspectiva de frequentar o Parque da Cidade.

O carioca Eduardo Miranda e o venezuelano Miguel Durán, no momento da entrevista, faziam uma caminhada ao fim da tarde no parque urbano. Foi a primeira vez de Miranda, que mora há dez anos em Belém, no local. “Eu estou encantado. Eu nem imaginava que tinha tudo isso aqui, que tinha esse lago. É um espaço que Belém precisava, porque sempre achei a cidade carente de lazer, e isso aqui é maravilhoso. E é muito ventilado, eu não esperava”, elogia. Miranda diz que pretende voltar mais vezes, inclusive levando uma bicicleta.

Durán, que veio morar em Belém para estudar, contou que já conhecia o Porto Futuro, aonde vai aos feriados para fazer exercícios e passear. “É importante ter espaços como esse para recreação, lazer, para descontrair do barulho da cidade”, opina.

De olho na COP 30

Uma nova fase do projeto Porto Futuro, que ressignifica a área portuária de Belém, está em execução. A previsão é que as obras finalizem no segundo semestre de 2025, já tendo em vista a COP 30 (30ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que acontecerá em novembro daquele ano, em Belém.

O Porto Futuro II ficará às margens da Baía do Guajará, em sete galpões localizados na Avenida Marechal Hermes, cedidos pela Companhia Docas do Pará. O espaço deverá abrigar atividades econômicas ligadas a cultura, turismo e bioeconomia, bem como valorização do patrimônio histórico. Dessa forma, abrigará uma praça central, área infantil, mirantes e áreas para economia criativa e inovação e cultura alimentar. Dois galpões se tornarão memoriais: da Navegação Amazônica e da Cultura Popular e Patrimônio Imaterial.

A área do antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio, no bairro da Sacramenta, nas proximidades do elevado Daniel Berg, se tornará, em 2025, o Parque da Cidade. O espaço será a sede das atividades da COP 30, que reunirá representantes do mundo todo para discutir as mudanças climáticas na metrópole da Amazônia.

O parque urbano terá mais de 500 mil metros quadrados de obras construídas e área paisagística de 50 hectares. O equipamento contará com Centro de Economia Criativa, Centro Gastronômico, cinema, estúdio de gravação musical, mercado de produtos regionais, biblioteca, fonoteca, praça de alimentação, ateliê multiuso, teatro multiuso, palcos, Torre de Contemplação, templo ecumênico e “Oratório da Água e da Luz”. Além disso, terá uma Praça de Exposição de Aeronaves, para manter viva a memória do aeroporto e do Aeroclube de Belém.

“Estamos nos preparando para receber o fluxo de 70 a 100 mil pessoas em novembro de 2025, com a realização do maior evento climático do mundo, a COP 30. E esses dois equipamentos certamente serão parte dessa estratégia do Governo do Estado para recepcionar os participantes. A Amazônia tem um papel muito importante nesse novo modelo de governança que é preciso implementar no mundo e Belém será a capital desta discussão para termos um planeta mais sustentável e um modelo de desenvolvimento mais justo”, comenta a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, sobre os espaços em construção.

Belém