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Casos de síndrome gripal crescem no período chuvoso em Belém

Secretaria de Saúde alerta para aumento das viroses respiratórias e reforça importância da vacinação e dos cuidados de prevenção

Bruna Lima

O período chuvoso e mais úmido favorece a proliferação de vírus. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que, somente neste ano, já foram registrados 5.726 casos suspeitos de síndrome gripal na capital. Esses pacientes apresentaram, no mínimo, febre associada a outros sintomas, como tosse, coriza, dor de garganta ou dores no corpo. Entre os vírus respiratórios com maior incidência nos primeiros meses do ano estão os da influenza A e B, além da covid-19.

A Sesma informa ainda, por meio de nota, que realiza monitoramento constante dos casos de síndrome gripal, por meio da vigilância epidemiológica. As síndromes podem ser causadas por diversos vírus respiratórios, como influenza, covid-19, vírus sincicial respiratório, adenovírus, rinovírus, entre outros. Esses agentes estão entre os principais causadores de viroses atendidas nos serviços de saúde públicos e privados de Belém.

Diagnóstico pode ser confundido com outras doenças

Vale destacar que há outras doenças virais relevantes que podem ser confundidas, nos estágios iniciais, com as viroses respiratórias, como dengue, chikungunya, zika ou febre oropouche, devido à semelhança dos sintomas iniciais: febre, dores no corpo, dor de cabeça e mal-estar geral.

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Inverno amazônico impulsiona infecções virais

A nota da Sesma também explica que é comum o aumento desses casos durante o inverno amazônico, período sazonal caracterizado por maior umidade e chuvas frequentes, o que favorece a disseminação de infecções virais.

Vacinação e cuidados são essenciais

Como principal forma de prevenção, a secretaria orienta a população a manter a vacinação em dia, com os imunizantes disponíveis nos postos de saúde. A vacinação oferece ampla proteção contra diversas doenças. Além disso, recomenda-se evitar locais aglomerados, com pouca ventilação ou abafados.

Segundo o médico clínico geral William Rodrigues, este período do ano contribui para o aumento da circulação de vírus. Ele afirma que é comum haver mais pessoas doentes em decorrência das infecções citadas. “Espera-se que sejam quadros mais simples e de rápida recuperação, mas isso pode variar de pessoa para pessoa”, explica.

O médico acrescenta que, diante de um quadro febril, as doenças podem se manifestar de formas distintas. Contudo, muitas seguem um padrão clínico que auxilia no diagnóstico. “Se houver piora do quadro após 72 horas, ou surgirem sintomas como falta de ar, dor abdominal intensa, tosse com secreção persistente, sangramentos, confusão mental ou sonolência, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde imediatamente. Um quadro simples pode evoluir para algo mais grave”, alerta o especialista.

Mesmo com o fim do período chuvoso e a chegada da estação mais quente e seca, o risco de infecções virais permanece. Por isso, é fundamental manter bons hábitos de higiene, como lavar as mãos com frequência, usar máscara ao apresentar sintomas gripais, manter os ambientes limpos e arejados, praticar exercícios físicos, garantir hidratação adequada e manter uma alimentação rica em frutas, legumes e vegetais, fortalecendo o sistema imunológico.

Interesse da população por saúde cresce na internet

Um dado curioso sobre o período é o aumento nas buscas por informações sobre doenças na internet. Dados fornecidos com exclusividade pelo Google à Redação Integrada de O Liberal revelam que, nos últimos cinco anos, as pesquisas relacionadas a enfermidades cresceram mais de 30% no Brasil, especialmente no Pará.

Entre os temas mais buscados nos últimos meses estão os sintomas da virose que afetou diversos moradores do Estado recentemente. As dores mais pesquisadas — dor de cabeça, dor de garganta e dor no corpo — estão diretamente relacionadas aos sintomas comuns dessas infecções.

Sobre o assunto, o médico William Rodrigues ressalta que a tecnologia pode ser uma aliada da população, mas alerta para os riscos. “Existem muitas informações divergentes nos sites de busca, que nem sempre refletem um diagnóstico ou tratamento adequados. Isso pode prejudicar o paciente, levando a atrasos no diagnóstico e à procura por atendimento já em estado mais grave. Como os quadros virais são geralmente autolimitados, ou seja, tendem a se resolver sozinhos, é importante que os pacientes e seus familiares fiquem atentos a sinais de agravamento e busquem ajuda médica o quanto antes”, conclui o médico.

Belém