Áudios revelam ameaças de morte em polêmica dentro de condomínio de luxo em Belém
Obras na cobertura do condomínio Aquarius viraram polêmica nesta semana
A polêmica envolvendo a obra de reforma em um apartamento de um condomínio de luxo no centro de Belém ganhou novos contornos nos últimos dias, com a circulação nas redes sociais de áudios que teriam sido postados no grupo de moradores por um dos condôminos, identificado por ele mesmo nos áudios como Mauro Mutran.
Nos áudios, que somam cerca de dois minutos, o morador afirma que não irá esperar decisão judicial e que promete acabar com a obra no apartamento vizinho – uma cobertura do condomínio Aquarius, localizado na avenida Pedro Álvares Cabral.
"A partir de segunda-feira não entra mais um quilo de obra lá para o apartamento que está sendo construído (...) eu não aceito que não suba mais nada. Se subir quem vai resolver sou eu como homem”, afirma.
O morador ameaça ainda que irá ficar de prontidão e armado na portaria do prédio. “Eu vou proibir nem que seja no cabo da pistola (...) Se subir alguma coisa lá, vai morrer gente. Avisa lá que acabou obra nesse prédio. Eu não vou ficar correndo risco de vida. Não sobe mais nada nesse prédio se não me mostrarem a aprovação da prefeitura que pode construir. Senão vou ficar lá embaixo com a minha pistola", diz em um dos áudios o morador.
Entenda a polêmica – Ao longo da semana, moradores do edifício Aquarius circularam mensagens e imagens contestando uma obra realizada na cobertura do condomínio, de propriedade do ex-deputado Luiz Sefer e do deputado estadual Gustavo Sefer. O condomínio tem vista para a Baía do Guajará e é um dos mais luxuosos da capital, com valor da unidade estimado acima de R$ 2 milhões.
A denúncia aponta que seria um novo piso a partir da cobertura. Já os proprietários alegam que a construção é interna, dentro do permitido para reformas na área interna do apartamento.
Nesta quinta-feira (22), a 3ª Promotoria de Justiça de Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Habitação e Urbanismo solicitou à Secretaria de Urbanismo de Belém (Seurb) que faça, em até 10 dias, vistoria técnica e análise de segurança no local.
De acordo com informações do Ministério Público do Pará (MPPA), no ofício, o promotor de Justiça Raimundo de Jesus Coelho de Moraes pede também manifestação técnica sobre a segurança estrutural e possíveis riscos causados pela obra e os documentos sobre a situação do prédio antes da reforma, procedimentos atuais e das implicações da obra ao edifício.
Além da Seurb, o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (Cau/Pa) também foram acionados pelo Ministério Público para que vistoriem o local.
De acordo com o promotor, esse é um caso preocupante pois o prédio já teve outros problemas estruturais. “A obra gera preocupação pois a estrutura não inclui mais um andar em seu projeto e já estaria no limite e com sua capacidade de carga esgotada, em razão de problema anterior de cálculo causado pelas piscinas construídas em cada pavimento”, explicou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Urbanismo de Belém (Seurb) afirma que já realizou vistoria técnica e verificou que a obra não possui Alvará de construção. A secretaria informa que tem conhecimento do caso e está tomando providências cabíveis. O pedido de alvará à Seurb foi protocolado em novembro de 2020.
A Redação Integrada de O Liberal tenta contato com os nomes citados e aguarda retorno com posicionamento.
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