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Aplicativo contribui para a ativação da memória de idosos; Saiba como funciona

Pojeto “MemoryLife: Aplicativo móvel para treino cognitivo” oferece serviço de treino cognitivo para pessoas com mais de 60 anos

Bruna Lima

A falha da memória é um sintoma que preocupa, principalmente, os idosos, pois é comum associarem o esquecimento à doença de Alzheimer. Mas é importante lembrar que essa falha pode ser causada por diversos fatores e que existem instrumentos e ferramentas estimuladoras para evitar os famosos “lapsos de memória”. A Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (FFTO/UFPA) está a frente do projeto “MemoryLife: Aplicativo móvel para treino cognitivo”, que oferece um serviço de treino cognitivo para pessoas com mais de 60 anos que possuam problemas de memória e para idosos diagnosticados com a doença de Alzheimer. O atendimento é na Usina da Paz da Terra -Firme. Os atendimentos são às terças e quintas-feiras, de 14 h às 17 h. Os bolsistas realizam o atendimento e agendamento das pessoas interessadas.

Ivete Rodrigues, 72 anos, se considera uma pessoa esquecida, pois ela vem percebendo, nos últimos tempos, que guarda os objetos em um lugar e depois não lembra mais. “Eu deixo o dinheiro em uma bolsa e depois não lembro mais, eu guardo a chave em algum lugar e também não lembro onde guardei e esse tipo de ação vem sendo recorrente e me preocupa bastante, por isso, eu fiquei sabendo desse projeto e resolvi me inscrever. Já é a minha segunda sessão e estou gostando”, disse Ivete.

Kátia Omura é coordenadora do projeto e explica que o aplicativo tem duas categorias de jogos: o de memória e o de lógica. “A gente tem dois jogos que é o de memória visual e o de memória auditiva. O de memória visual tem que decorar uma lista de compras de supermercado. O de memória auditiva tem que identificar os som dos animais. Cada sessão o paciente passa por uma etapa. Ao todo, são 10 sessões”, explica a professora e coordenadora do projeto.

O projeto nasceu entre 2016 e 2017 a partir da idealização de dois alunos, que participaram de um desafio universitário e criaram o aplicativo como uma inovação tecnológica na área de saúde. “A ideia é de contribuir com estímulos e ajudar idosos diagnosticados com Alzheimer e também os que não são diagnosticados com a doença, pois sabemos que o esquecimento não é um sintoma apenas de quem tem Alzheimer”, explica Kátia Omura.

Diante disso, o projeto passou a ficar disponível na Usina da Paz da Terra-Firme, mas atende tanto a comunidade local como também as comunidades vizinhas. O critério principal é que a pessoa tenha a partir de 60 anos.

Inicialmente, as pessoas que mais procuravam pelo serviço eram as que tinham a doença de Alzheimer, mas a professora informa que é importante que as pessoas que não tenham o diagnóstico também participem, pois fazer o demonstrativo das duas realidades contribui para a validação e pesquisa da ferramenta.

Percepção

"O que a gente percebe é que as pessoas diagnosticadas com Alzheimer não evoluíram com a doença, o que é muito bom. Já as pessoas que não têm a doença possuem pontos consideráveis, ou seja, esses estímulos são importantes para a memória dos idosos”, destaca a professora.

Kátia Omura acrescenta que os idosos também evoluem no quesito velocidade das respostas. "De início eles ficavam pensando um pouquinho mais e agora eles conseguem responder de forma mais rápida. Esses estímulos também podem ser feitos em casa. O aplicativo está disponível para download. É como se fosse um joguinho, alguns idosos passam pelo projeto, brincam em casa, brincam com os os netos. É uma forma de fazer a inclusão digital dessa geração”, destaca a coordenadora do projeto.

O projeto é para pessoas a partir de 60 anos de idade que apresentam alguma queixa de memória, que são diagnosticadas e também que ainda não tem diagnóstico nenhum. Os atendimentos são às terças e quintas-feiras, de 14 h às 17 h. Os bolsistas realizam o atendimento e agendamento das pessoas interessadas.

Ivete Rodrigues está na segunda sessão e ainda faltam mais oito para concluir o protocolo. Ela diz que mesmo não estando muito próximo da sua casa ela vai até o final, pois já sente melhora. “Tem a dificuldade do acesso, mas eu vou até o fim, pois estou gostando e já vejo mnelhora”, acrescenta Ivete.

Doença de Alzheimer x  perda de memória comum

Diferenciar a perda de memória comum da doença de Alzheimer envolve atenção aos detalhes e compreensão das diferenças entre o envelhecimento natural e uma condição patológica.

O esquecimento ocasional é normal à medida que se envelhece, mas quando os esquecimentos começam a interferir na vida cotidiana, pode ser sinal de algo mais sério e deve ser investigado por um médico.

Entender os sintomas do Alzheimer é fundamental para que as pessoas afetadas recebam o cuidado e o tratamento de que precisam o mais cedo possível.

De acordo com o Ministério da Saúde, alguns dos principais fatores de risco para a doença de Alzheimer são:

Idade,

Genética (a doença é mais provável se a pessoa tem algum familiar que já sofreu do problema),

Baixo nível de escolaridade,

Obesidade,

Diabetes,

Hipertensão,

Abuso de bebida alcoólica,

Tabagismo,

Poluição do ar.

Belém