Apagão no Brasil: vítima de acidente de trânsito esperou mais de três horas por socorro em Belém
Sem internet, família não conseguiu ligar para o Samu 192 e teve que pagar uma ambulância particular para levar a vítima ao PSM da 14 para atendimento
Sem internet, família não conseguiu ligar para o Samu 192 e teve que pagar uma ambulância particular para levar a vítima ao PSM da 14 para atendimento
O apagão desta terça-feira (15) causou transtornos para quem precisou de socorro médico em Belém. O irmão da supervisora Márcia Melo, 30 anos, sofreu um acidente de trânsito durante a falta de energia na capital, quando não havia como se comunicar por telefone.
O acidente ocorreu por volta das 7h40. Ele esperou por mais de três horas para ser levado para o PSM da 14 de Março, onde foi atendido. “Ele trabalha comigo e me ligou falando que o carro tinha batido ele próximo ao trabalho, na rua Manoel Barata (no Comércio)”, contou. Começava aí o sofrimento de Patrick, de 30 anos, que sofreu o acidente, e da família dele.
Márcia contou que, por telefone, tentava ligar pedindo ajuda, mas não conseguia. “Eu estava próximo e fui lá. Ele estava no chão. Das 7h40 até 10 horas ele ficou esperando por um socorro que não foi. Não apareceu uma ambulância, a gente não conseguia contato com o 192...Não tinha internet”, contou. “A gente só conseguiu tirar ele lá do chão porque a gente pagou uma ambulância de um serviço particular”, contou.
Mas, nessa ambulância, só havia um técnico. “Eles não tinham como entrar em contato com um médico para ir até o local atender o meu irmão”, relatou. Depois de muita dificuldade, a família conseguiu levar Patrick para o PSM da 14 de Março, no Umarizal.
Segundo Márcia, o irmão estava com sangramento no ouvido e precisava fazer exames. “Precisa fazer tomografia ou radiografia e a gente não consegue porque não tem energia. Eles falaram que o gerador só suporta manter as pessoas que estão respirando por aparelhos e que não podem fazer uma tomografia porque é um aparelho muito pesado, que consome muita força. Esse apagão está afetando muito, tem muita gente lá dentro passando mal, está muito calor. Está muito difícil”, relatou ela à redação de O Liberal, por volta das 12 horas.
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Na UPA da Sacramenta a informação era que o atendimento estava normal. A mesma informação foi obtida na UPA da Marambaia, o que foi possível graças ao uso de geradores nessas unidades. Daila Cássia, 24 anos, contou que, durante o apagão, houve um acidente de trabalho no local onde ela atua como recepcionista.
A situação a deixou bastante nervosa e provocou uma crise de ansiedade. Por isso ela acabou precisando buscar atendimento na UPA para ser medicada. “Apesar do apagão, eu consegui atendimento e foi bem rápido. Fui bem atendida”, disse.
A Redação Integrada acionou a Prefeitura de Belém para saber quais os impactos do apagão na rede municipal de saúde. Mas, até o momento, não houve resposta. A Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (Sesau) informou que os atendimentos nas UPA's (Unidades de Atendimento de Urgência e Emergência) seguiram sem nenhuma interrupção. O fluxo seguiu normal, sem transtornos.
Também em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que não houve registro de quaisquer problemas provocados pela queda de energia elétrica em nenhuma das unidades estaduais de saúde.