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Ameaça de sobrepeso em crianças coloca nutricionistas e pais em alerta

Pesquisa feita na capital em 2015 já apontava sobrepeso em mais de 50% das crianças e obesidade em 11%

Redação Integrada

Mais de 50% das crianças da rede pública de ensino de Belém apresentavam sobrepeso em 2015, e mais de 11% estavam obesas, segundo pesquisa feita pela Universidade Federal do Pará em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa). O percentual é alarmante, considerando a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de manter esse índice abaixo de 5%, sendo que no Estado ainda não há dados sobre a situação do público infanto-juvenil. Até 2025, sem uma mudança de hábitos, a obesidade pode atingir 11,3 milhões de crianças no Brasil, segundo alerta da Federação Mundial de Obesidade, feito há dois anos.

Nas férias escolares, pais e responsáveis devem aumentar os cuidados com a alimentação das crianças. A dona de casa Maria de Almeida, de 55 anos, sempre recebe as netas em casa, nessa época. “Elas sempre pedem para comer algumas besteiras, como skilhos, pirulitos, picolé e chopp. Eu deixo, mas sempre imponho limites. Procuro fazer uma alimentação com salada, não gordurosa, com sucos de frutas. Quando vamos para a praia levo a comida de casa, porque, além de ser mais cara quando comprada fora, não sei como é preparada”, afirma a dona de casa, que mora no bairro do Souza, em Belém.

A nutricionista Thayana Albuquerque Kirchhoff destaca que nas férias escolares os pais e responsáveis devem continuar zelando pela alimentação das crianças, pois hábitos saudáveis são construídos ao longo do tempo. “Quando a criança desenvolve uma rotina saudável ao longo do semestre é preciso que siga para não perder os bons hábitos”. Kirchhoff orienta sobre alguns cuidados específicos para que as crianças não ganhem peso ou não emagreça exageradamente nas férias. “Nas férias, a criança vai gastar menos energia. Então, se ficar comendo a mesma quantidade, é possível ganhar algum peso. É preciso pelo menos quatro refeições diárias para não ter deficiências nutricionais”, explicou.

Os pais devem se prevenir, principalmente se forem viajar para praias oubalneários. “Sabemos da falta de saneamento que existe no Pará e alguns alimentos são feitos sem devida higiene, sem água potável e coloca em risco a vida de crianças, idosos e gestantes, que formam os grupos de risco. É importante preparar sempre a lancheira ou bolsa térmica quando for para a praia, com iogurte, fruta e suco natural”.

Thayana afirma que, embora as crianças estejam de férias, existem algumas regras que não podem ser quebradas. “É importante acordar a criança para tomar café, não deixar dormir até 12h e já começar pelo almoço. No final da tarde fazer um lanchinho. À noite, um jantar. Se necessário, alguma ceia antes de dormir com alimento não tão calórico, como uma fruta”. Nos intervalos, é importante que a criança faça alguma atividade física. “É necessário colocar a criança para exercer algumas atividades, como brincadeiras na rua, ao ar livre, dentro de casa. Ela deve ter momentos diversos e não estar o tempo todo sentada, deitada, olhando televisão. Dessa forma não vai evitar o excesso de peso e pode voltar às aulas com taxas de colesterol e triglicerídeos fora do normal”, orienta.

Para ela, a obesidade infantil preocupa, pois afeta não somente a saúde da criança mas o crescimento e a autoestima. “Isso cria impacto negativo a longo prazo e deve ser evitado até pelo menos a fase de adolescência. Na infância os pais são responsáveis pela alimentação e só na fase adulta a pessoa conduz sua alimentação”, finalizou.

Belém