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Água é antídoto contra o calor paraense

Diante de temperaturas de até 35,3º C, belenenses apelam para a água, água de coco e outros líquidos

Dilson pimentel

O mês de setembro registrou as maiores temperaturas do ano em Belém. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os dias 10, 12 e 19 de setembro registraram até 35,3º C de temperatura, valor superior à média de 34º C do mês. A expectativa é de que os últimos dias de setembro sejam ainda mais quentes, podendo chegar a 36º e até 39º de sensação térmica. Com isso, moradores se queixam do forte calor registrado em Belém. E, para amenizar a quentura, uma alternativa é consumir muito líquido.

"Onde eu faço ginástica, o lugar é aberto, como se fosse uma quadra, e tem bastante ventilador. Nunca fui de suar como agora. Praticamente não consigo acabar (a ginástica) suando e cansada", disse a aposentada Maria de Fátima Santos da Silva, de 62 anos. "Eu venho me acabando pra cá. Não sou calorenta, mas tenho sentido muito calor", acrescentou ela, que, ontem pela manhã tomava água de coco na praça Batista Campos. Ela apontou vários fatores para esse calorão, citando o desmatamento e as queimadas. "A gente não tem mais quintal. Em todos os pedacinhos se constrói casa. E tem muito carro. E, nas beiradas, estão construindo prédios. Tapa toda a ventilação para o centro. A poluição está muito grande", analisa.

O mecânico montador Antonio Ferreira e sua esposa, a cuidadora Nazaré da Silva, ambos de 52 anos, também consumiam água de coco na praça. Ambos disseram que o tempo, de fato, está mais quente. "A gente tem que tomar mais banho e já sai com calor do banheiro", disse ela. "Já sai suado", completou ele. Para amenizar o calor, Antonio e Nazaré consomem muita água e, também, água de coco.

O publicitário Sebastião Soares, 46 anos, brincava com a filha, Larissa Rafaela, de 3 anos, na praça Batista Campos. E também dava água para a criança. Ele disse que está notando que o tempo está mais quente em Belém, mencionando, também, as queimadas. "Isso está me deixando preocupado. Estou sempre hidratando a minha filha, porque água é vida", completou. "Para amenizar, a gente vai, aos finais de semana, para o igarapé, curtir a água geladinha, e consumir muito líquido. Água mineral, água de coco, água de poço", disse Sebastião.

O vendedor de coco Delson Vilhena tem 39 anos e há dez na trabalha nessa praça. Ele observou que ainda não chegou "aquela quentura mesmo", de passar uma semana sem chover. E afirmou que as vendas aumentam conforme o calor. "Quando chega a quentura mesmo, o calor, a venda aumenta", disse Delson. Ele acredita que o calor irá se intensificar a partir de outubro. Em sua banca, a água de coco custa R$ 4,00.

De acordo com o coordenador do Inmet, José Raimundo Abreu, os dias mais quentes dependem, principalmente, de dois fenômenos meteorológicos: ausência de nuvens, quando o céu fica claro desde o amanhecer, permanecendo na maior parte do dia, e velocidade do vento, que quando fica mais calmo, eleva a concentração de calor na superfície mais baixa da atmosfera. "Portanto, já estamos no período das altas temperaturas", concluiu.

Belém