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Ageless: movimento ressignifica o envelhecimento e busca qualidade de vida sem rótulos de idade

Esse grupo que não se define pela idade biológica tem redirecionado segmentos do mercado de produtos e serviços de estética, saúde e bem-estar

Eva Pires, Lucas Quirino e Dilson Pimentel

A expressão "Ageless", popularizada no Reino Unido, significa "sem idade". Este movimento surgiu para desafiar os estigmas associados ao envelhecimento, com o objetivo de mostrar que as pessoas não precisam ser definidas pela idade cronológica. Com o aumento da expectativa de vida dos idosos nos últimos anos, o envelhecimento ganhou novos significados na vida pessoal e profissional, ampliando a discussão sobre ter qualidade de vida e buscar hábitos saudáveis na maturidade. Essa longevidade também tem mudado a visão do mercado e dos serviços de estética, saúde e bem-estar, que estão se adaptando para atender as demandas desse grupo etário.

O público majoritário desse movimento são pessoas com mais de 50 anos, especialmente mulheres. Um grupo que surgiu para quebrar estereótipos que reforçavam estigmas quanto à idade. Para mulheres, esse despertar pode começar um pouco antes devido ao climatério e à menopausa, é o que diz André Eluan, farmacêutico especialista em longevidade.

“Acredito que muitos estão nesse movimento, porém não sabem que ele existe. O conceito de idade se estendeu. Quando falamos em idade, costumamos falar da cronológica, porém existem também as idades metabólica (ou biológica) e mental. No passado, elas caminhavam juntas. Hoje, muitas pessoas que estão na terceira idade ou próximo dela, apresentam-se mentalmente e biologicamente em uma idade diferente, com expectativas e necessidades completamente distintas daquelas esperadas para alguém da mesma faixa etária no passado recente. Essas pessoas não se comportam e nem se sentem na idade cronológica que estão, portanto, não querem os rótulos e as expectativas que se tinham antigamente para alguém com 60, 70 ou 80 anos”, avalia.

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Cristiane Araújo, 55 anos, de Belém, se considera uma pessoa inovadora, cheia de ideias, atenta às mudanças tecnológicas e preocupada em envelhecer bem. A executiva de contas de uma multinacional afirma que envelhecer bem é sinônimo de manter hábitos saudáveis físicos e mentais, como ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos, cuidar da mente e buscar equilíbrio interior, sem esquecer da espiritualidade e da identidade. Para ela, uma das formas de aplicar isso é a prática da meditação.

Ela também reflete que, para quem já chegou na casa dos 50 anos, ressignificar o sentido de envelhecer vai muito além de uma mudança comum. “Nós podemos dizer que transitamos entre dois mundos, pois vivenciamos um mundo sem tecnologia e o mundo de hoje, com tantas inovações e mudanças de padrões de vida. O próprio mercado de trabalho está mudando esse olhar e valorizando as pessoas mais maduras”, pondera.

“Eu sou Ageless! Ainda tenho muitos planos e projetos de vida e não é a idade que irá me definir. O que me define é a minha positividade e estar de bem com a vida, buscando crescimento emocional e espiritual”, conclui.

(*Eva Pires e Lucas Quirino, estagiários sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

Belém