Abertura da Campanha da Fraternidade 2019 será em Mosqueiro

Programação começa no sábado e vai até a Páscoa. Mas ações e orientação seguem o ano inteiro.

Victor Furtado / Redação Integrada de O Liberal
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A Campanha da Fraternidade 2019 será aberta, oficialmente, no sábado (8), no distrito de Mosqueiro. O tema será “Fraternidade e Políticas Públicas”, um dos mais politizados e socialmente propositivos desde o início das campanhas. A programação começa com uma caminhada pela ilha.

O lema deste ano é inspirado em Isaías: “Serás libertado pelo direito e pela Justiça”. A Arquidiocese de Belém esclarece que o tema nada tem a ver com política partidária. E que seria uma ótima campanha para se ter a participação de todas as religiões.

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Desde janeiro, a igreja vem preparando as paróquias para lidar com a amplitude e complexidade do tema da campanha deste ano. Sobretudo pelo momento político do país. A formação incluiu debates com universidades e movimentos sociais.

Essa aproximação é saudável e natural da igreja com o bem-estar da sociedade, como pontuam o arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, e o coordenador da CF2019, monsenhor Raimundo Possidônio.

MOSQUEIRO: APROXIMAÇÃO COM RIBEIRINHOS E PERIFERIAS

Anualmente, uma comunidade é escolhida para sediar a abertura oficial da Campanha da Fraternidade. Mosqueiro, explica Possidônio, foi escolhida porque, além de sair do centro de Belém, poderá aproximar a campanha de inclusão e políticas públicas de um povo que geralmente está à margem das ações de governo: ribeirinhos.

Todas as paróquias vão tratar da missão da Campanha da Fraternidade até abril. Cada missa, terço e ação social estará sendo atrelado a todas as mensagens de Jesus. Cada trabalho tem uma orientação bíblica.

A mensagem do papa Francisco, de 11 de fevereiro deste ano, é um dos norteadores das ações.

CAMPANHA NÃO TEM A VER COM POLÍTICA PARTIDÁRIA

Dom Alberto reforça que tudo isso não configura política partidária. A igreja faz parte da sociedade e busca o bem comum da sociedade. Não é diferente dos planos de Deus para a humanidade.

"Vivemos um momento de grandes desafios. O crescimento das cidades, a violência...  pensemos em educação, saúde... Temos responsabilidade de ajudar para que essas coisas sejam levadas adiante. A responsabilidade das políticas públicas cabe aos poderes públicos. Mas nós, como cidadãos, de qualquer religião ou igreja, temos dever de cobrar. Nossa bandeira se chama bem comum. Principalmente aos mais pobres e excluídos", diz dom Alberto.

"Se cada pessoa compreender que é cidadão e tem o dever de participar; se conseguirmos sensibilizar as pessoas para a ideia do bem comum; se as pessoas saírem do acomodamento de problemas que existem em seus próprios bairros e vizinhanças; se o tema da campanha continuar sendo discutido nas escolas; já terremos feito alguma coisa. E alguma coisa terá funcionado. Políticas públicas são também caridade".

Serão feitas coletas, que encerram no Domingo de Ramos. Todo o dinheiro arrecadado será transformado em ações sociais da igreja em comunidades carentes. O mapeamento dessas áreas que serão beneficiadas está sendo feito.

A partir do início das ações da Campanha da Fraternidade, as prioridades serão analisadas. A campanha, diz Possidônio, não são apenas orações e conversa. A etapa final é o chamado "gesto concreto".

CARIDADE E BEM COMUM

Raimundo Possidônio lembra que a Campanha da Fraternidade é realizada desde 1962. Por isso, a igreja já viveu diversos momentos políticos do Brasil e do mundo. Com essa experiência, percebeu e cada vez mais construiu esse papel social. Parte da função da igreja é esclarecer o papel social dos cristãos de participar da sociedade e da busca pelo bem comum. 

image Tema da campanha vai além de política partidária. É um assunto que envolve a todos. Inclusive a outras religiões. (CNBB / Divulgação)

"Algumas escolas, assistência em saúde, ações sociais... são políticas, mas não partidárias, ideológicas. São caridade. Talvez as pessoas não estejam compreendendo bem o que significa a palavra política. O que diz respeito ao ser humano, diz respeito à igreja, diz respeito a todos. Às vezes entramos de cara em realidades muito precárias", destaca o monsenhor.

Nas paróquias, os interessados podem procurar os manuais e textos bases da Campanha da Fraternidade 2019. Os fiéis, independente da religião e orientação política, estão convidados para entender o papel social de cada cristão. O convite está aberto para todas as igrejas e cultos.

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