Lembro-me como fosse hoje, quando estudava jornalismo em Roma, o professor de estratégias comunicativas nos mostrou qual é a eficiência da comunicação, que não é somente informação, mas um conjunto de pessoas que desenvolvem harmonicamente cada um o seu papel para fazer uma verdadeira comunicação.
Então a gente se pergunta: como realizar esta harmonia para uma eficiente empresa de comunicação? Em primeiro lugar é preciso ter uma boa preparação profissional em todos os seus âmbitos e cada um comunga com os outros a sua competência e dedicação. Assim sendo demonstra-se que é um trabalho de unidade e que a sua eficiência é prova disso.
Outro elemento essencial para motivar esta unidade é a questão do reconhecimento do salário. É evidente que cada um que professa uma profissão tem a sua remuneração reconhecida, porém não pode ter, por exemplo, um abismo entre um e outro profissional. Às vezes, aquilo que é justo nem sempre é moralmente correto. Quando fui empregado no Vaticano como diretor e professor da Pontifícia Universidade Urbaniana eu ganhava um salário justo e o cardeal prefeito da Congregação, como fosse um ministro de estado, ganhava um pouco mais que o dobro do que eu. Veja bem, se pode ver que não existia muita diferença. Desse modo ninguém puxava para trás e todo mundo se sentia à vontade dando o máximo de si, respeitando a responsabilidade de cada um.
Creio que uma empresa de comunicação deve viver esta harmonia de solidariedade sem criar abismos de lucro entre uma profissão e outra. Todas as profissões são importantíssimas e devem ser valorizadas para conseguir a máxima eficiência dos trabalhos. Além do mais, nós, cristãos, somos ainda mais chamados em causa para vivermos uma realidade de verdadeira fraternidade. Neste sentido deveríamos imitar o Vaticano para não ter uma disparidade abissal de salários para valorizar todo mundo, do pequeno ao grande, fazendo assim da nossa convivência profissional uma excelente produção e promoção da sociedade como um todo. Por exemplo, uma comunicação, uma profissão fraterna se torna testemunho de vida. Hoje em dia necessitamos disso.
Padre Claudio Pighin é sacerdote, mestre em comunicação e doutor em teologia