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1º Arrastão do Boi da Terra celebra a cultura popular nas ruas da Terra Firme

Cortejo completa 17 anos em setembro.

Maycon Marte

Na tarde deste domingo (9), saiu às ruas o primeiro arrastão do 'Boi da Terra', tradição no bairro da Terra-Firme, em Belém. Com brincantes e comunidade reunidos para festejar, o cortejo enfrentou sol e chuva, mas celebrou a cultura popular pelas ruas do bairro. Além das oficinas oferecidas durante todo o ano, ainda haverá mais dois arrastões nos dias 16 e 23 de junho, todos com o mesmo objetivo, fortalecer a cultura popular e crescer junto com a comunidade.

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No dia 21 de setembro deste ano, o ‘Batalhão de Ouro do Boi da Terra’ completa 17 anos de existência, levando cortejos pelas ruas e também auxiliando a comunidade no entorno. Segundo o coordenador Ildo Terra, aproximar os moradores, e todos que se interessem é parte da essência do Boi ao longo de toda a sua trajetória. Essa troca se manifesta através das oficinas que atraem os jovens e dos eventos que geram renda, impulsionando o comércio local. O coordenador também reforça a relevância do esforço de manter viva a memória do bairro, trazendo nas letras das músicas, feitas por artistas locais, as vivências e as dores dos que moram ali.

“Promover uma cultura de paz, combater a violência, lutar contra o preconceito, a discriminação, lutar pela inclusão social, despertar os moradores e os vizinhos para virem participar, a juventude, as mulheres, para despertar a consciência de classe, para despertar todos os nossos problemas, da realidade do nosso bairro e enfrentar esses problemas de frente”, afirma sobre a missão do Boi.

Terra conta que as letras são especialmente pensadas para representarem as rotinas dos que compõem o arrastão. “As nossas músicas também são composições dos próprios mestres daqui da Terra Firme, e falam muito da nossa história, do nosso povo e do nosso dia a dia”. Um dos responsáveis pelas letras e pela voz que entoa as canções, Beto Frosk, narra à reportagem de O Liberal, o significado do batalhão para sua trajetória e dos demais que vivenciam  cortejo há tantos anos.

“A principal missão do Boi da Terra é reafirmar essa história de quem nós somos e acima de tudo, manter viva essa cultura que é nossa, essa história que é nossa, do povo amazônico, indígena e ribeirinho”, ressalta.

Atual integrante do batalhão e um dos compositores, Tony Brasil conta que acompanha os cortejos desde antes da fundação do Boi, quando havia apenas atividades culturais avulsas no bairro. Segundo ele, o Boi “é uma resistência no bairro da Terra Firme”. O compositor reconhece o cortejo como um movimento de “amor e pelo bairro, de pertencimento e valorização da cultura popular”.

Belém