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Banco da Amazônia disponibiliza recursos para incentivar negócios sustentáveis

Linha de crédito do Pronaf Floresta beneficia atividades no campo, gerando mais desenvolvimento e renda e com prazos para pagamento em até 20 anos

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Agricultores e produtores rurais que atuam com sistema agroflorestais, exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano de manejo, que inclui recuperação de áreas degradadas e melhor desenvolvimento e cobertura florestal, podem contar com apoio do Banco da Amazônia para fortalecer seus negócios.

Entre as opções de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), principal fonte de recursos financeiros para o crédito de fomento da Região Norte, o Banco disponibiliza o Pronaf Floresta, uma linha diferenciada, com aporte de até R$ 60 mil, com amplo prazo para pagamento, agilidade na análise da operação e a possibilidade de optar pelo tipo de encargo financeiro a ser aplicado no contrato.

"É uma linha que tem como objetivo dar suporte ao homem do campo, de forma que ele possa continuar em sua propriedade e de lá consiga tirar o sustento da família. Ao mesmo tempo, se preocupa em realizar um desenvolvimento sustentável, onde conseguimos retirar da floresta, sem agredi-la, gerando receita, emprego e movimentando outros mercados", explica Vanderlei Santos, superintendente regional do Pará, que está à frente de 16 agências do Basa nas Regiões Sul e Sudeste do estado.

De acordo com ele, para ter acesso ao crédito, o produtor precisa ter sua área ou propriedade e se enquadrar no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), plano criado pelo Governo Federal que engloba diversas modalidades de financiamento, entre elas a florestal.

A linha de crédito financia projetos para uso ou manejo da terra e exploração extrativista, por meio do plantio de uma ou mais espécie florestal, nativa do bioma, como o cacau, o açaí e a castanha-do Pará, por exemplo, incluindo os custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento. Além da recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva legal e recuperação de áreas degradadas, para o cumprimento de legislação ambiental, entre outras atividades.

Somente na região sul e sudeste do Pará, na superintendência do Banco localizada em Marabá, que atende quase 50 municípios, foram aplicados, este ano, mais de R$ 1,2 milhão do Pronaf Floresta, totalizando 27 operações de crédito. Se considerar todas as linhas do Pronaf, o aporte financeiro ultrapassa R$ 25 milhões até novembro de 2020, com 370 operações, na superintendência do Basa de Marabá.

Taxas e prazos

O Valor financiado pelo Pronaf Floresta pode chegar até R$ 60 mil, com prazo de até 20 anos, conforme explica Vanderlei Santos. O superintendente destaca que o valor disponibilizado depende do projeto, área de atuação e tempo de pagamento.

Para operações contratadas no período de 01.07.2020 a 30.06.2021, os encargos financeiros são: taxa efetiva de juros prefixada de 2,75% ao ano ou taxa pós-fixada, composta de parte fixa de -1,08% ao ano, acrescida do Fator de Atualização Monetária (FAM).

"O prazo para pagamento é de até 20 anos, incluindo a carência, que pode chegar a 12 anos", informa o superintendente.

Assistência Técnica

Assim como em outras frentes de soluções de crédito realizadas pelo Banco da Amazônia, a linha do Pronaf Floresta possui parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-PA) e outras organizações, cooperativas e prefeituras, para dar todo o suporte ao produtor, desde a construção do projeto, em que e como será a atuação, passando pelo envio da proposta ao Banco e acompanhamento de toda aplicação do recurso e andamento da atividade.

Incentivo

Um dos beneficiários da linha foi o agricultor Belchior Lira, de 70 anos. Pai de seis filhos, ele possui uma propriedade situada a 27 km de Tucumã e vive da cultura do cacau e da pecuária leiteira, com uma pequena produção de leite. No início do ano, ele fez o quarto financiamento junto ao Basa, no valor de R$ 50 mil, mas, por conta da pandemia, teve os planos freados.

"Os últimos meses foram muito difíceis. Minha esposa pegou Covid e até meados de novembro era só do hospital para casa. Fiquei com medo, mas meu filho se ofereceu para ajudar e com fé em Deus vamos dar continuidade ao nosso negócio", afirma o agricultor.

Belchior conta que nasceu na vida do "batidão", na roça, de onde tira o sustento de sua família. Seu filho mais novo, Raniel, também possui uma propriedade, mas dará apoio ao pai durante esta retomada, para que os negócios possam voltar a engrenar.

Segundo o agricultor, que tem média anual de até dois mil quilos de cacau, os recursos contratos são usados para plantio, com mão de obra, compra de adubo, fertilizante, ferramentas e maquinário manual.

"Quando peguei o primeiro financiamento não conseguia nem dormir, preocupado com as parcelas. Na época usei parte do valor para a compra de uma vaca leiteira. Quando ela teve a primeira cria, já paguei o financiamento", relembra Belchior, que quitou os seus três primeiros financiamentos antes do prazo.

“Sempre digo ao meu filho, o que temos é o nosso nome, daí termos sempre que zelar por ele”, completa. Para 2021, ele pretende manter e intensificar sua produção de cacau, e mexer na pastagem para cuidar do gado.

Segundo o superintende do Banco, Vanderlei Santos, assim como o apoio ao negócio de Belchior, o Basa vem se esforçando, cada vez mais, para levar crédito barato e soluções financeiras para todas as regiões do estado. Prova disso, há dois anos, foi criada a superintendência de Marabá, justamente por entender a necessidade de dar este suporte mais de perto aos clientes da região.

"Por meio das agências, que estão distribuídas atendendo toda a região sul e sudeste, e as empresas parceiras, vamos até o cliente em vilas e ramais, para mostrar que eles podem ter acesso a esses recursos. A grande dificuldade do pequeno produtor é achar que não consegue ter acesso ao crédito. E, com esse trabalho realizado em conjunto, conseguimos aumentar essa demanda e levar mais crédito para quem precisa", pontua Vanderlei.

O Liberal