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Renan Chaves de Lima: Inteligência Artificial transforma a prática médica

Convergência entre saúde e tecnologia desempenha papel crucial na Amazônia, oferecendo soluções inovadoras para melhorar a qualidade

Saúde e Tecnologia estão cada vez mais conectadas. Por meio dos avanços tecnológicos, o atendimento na área da Saúde é otimizado com diagnósticos e tratamentos mais precisos. Quem explica é o biomédico Renan Chaves de Lima, especialista em Oncologia e em Gestão e Inovação em Sistemas de Saúde. Ele é membro sócio-fundador da rede Amazônica de Inteligência Artificial em Medicina e Biomedicina e membro de equipe técnica do Grupo de Análise Integrada de Inteligência Artificial (GA.IA). Atualmente, está focado em Engenharia de Inteligência Artificial com projetos voltados para a área médica.

Como a tecnologia está progredindo para aprimorar o atendimento à saúde, visando maior eficiência e acessibilidade?

A tecnologia é fundamental para impulsionar a saúde, destacando avanços notáveis em coleta e análise de dados, diagnóstico e tratamento de doenças. Exemplificando, a telemedicina viabiliza consultas remotas, enquanto a inteligência artificial acelera diagnósticos ao analisar extensos conjuntos de dados, melhorando a eficiência e permitindo tratamentos personalizados.

Pode fornecer exemplos de como a IA é utilizada no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças?

Algoritmos de IA são cruciais na análise de imagens médicas, detectando padrões para diagnósticos, como no caso da detecção precoce de câncer em biópsias e na radiologia. Além disso, aceleram a descoberta de medicamentos, impulsionando avanços terapêuticos. Outro exemplo inclui a análise da voz para detectar diabetes mellitus tipo 2. Um estudo publicado na Nature destaca a capacidade de uma ferramenta de IA em prever mutações mais frequentes do SARS-CoV-2, possibilitando antecipar a propagação do vírus e adaptar as vacinas. Além disso, a tecnologia de vacina de mRNA recebeu o Nobel Prize de Medicina e a IA foi reconhecida com o Prêmio Albert Lasker de Pesquisa Médica Básica em 2023. Estes prêmios sublinham a importância do uso da tecnologia.

Como a tecnologia está sendo empregada para melhorar o acesso à saúde na região amazônica, considerando seus desafios únicos?

A convergência entre saúde e tecnologia desempenha papel crucial na Amazônia, oferecendo soluções inovadoras para melhorar a qualidade. A telemedicina, por exemplo, é essencial, conectando pacientes em áreas remotas a profissionais de saúde por meio de consultas virtuais, reduzindo a necessidade de deslocamento físico. O uso de dispositivos móveis e aplicativos facilita o acesso a informações de saúde, promovendo práticas preventivas e permitindo o monitoramento remoto da saúde. E em regiões de difícil acesso, drones podem ser utilizados para entregar suprimentos médicos essenciais, contribuindo para a agilidade no atendimento às necessidades de saúde das comunidades isoladas.

Na sua visão, quais são as principais tendências futuras na interseção de saúde e tecnologia?

Prevê-se avanços notáveis na medicina personalizada, adaptando tratamentos com base na genética e características individuais de cada paciente, como a ferramenta CRISPR, que promete corrigir mutações associadas a doenças. Outra questão é a realidade aumentada, que tem o potencial de transformar a educação médica e o treinamento de profissionais da saúde. Já a expansão da Internet das Coisas (IoT), por exemplo, permitirá a coleta contínua de dados em tempo real, oferecendo uma compreensão mais imediata da saúde. E a Inteligência Artificial Geral (AGI), um avanço da IA que pode se aproximar da inteligência humana em várias tarefas cognitivas, representa uma meta em evolução. Avanços nessa área poderiam resultar em assistentes virtuais mais autônomos, fornecendo informações relevantes, mais complexas e orientando decisões clínicas com base em dados atualizados.
 

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