Lívia Carício Martins: Ciência e tecnologia a serviço da saúde pública
Desenvolvimento da ciência é importante na implantação de políticas públicas que atendam às necessidades das populações
O Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, é referência quando se fala em pesquisa, ensino e difusão de conhecimentos científicos e técnicos para subsidiar políticas públicas de saúde na região amazônica e no restante do país. A diretora do IEC, Lívia Carício Martins, destaca o trabalho desenvolvido pelo instituto em prol da saúde da população.
Qual a importância de investir continuamente em pesquisa e ciência na área da saúde?
O desenvolvimento da ciência é importante na implantação de políticas públicas que atendam às necessidades das populações. Os países mais ricos e com menor desigualdade investem em ciência, tecnologia e inovação. Nesse contexto, o Instituto Evandro Chagas (IEC), há 87 anos, é um órgão que está à frente das ações de pesquisa em saúde, contribuindo para implantar políticas de desenvolvimento econômico na região amazônica, a exemplo de projetos realizados nas décadas de 1950, 1960 e 1970, quando a instituição monitorou doenças, descobertas de novos patógenos, isolamento de vírus e estudo de parasitoses.
Como o instituto tornou-se protagonista na pesquisa científica e no desenvolvimento de soluções para os desafios em saúde no Brasil?
O Instituto Evandro Chagas completou, no dia 10 de novembro, 87 anos. Foi criado em 1936 como a primeira instituição científica de pesquisa em saúde na região amazônica. E, desde então, sempre atuou em defesa da vida, especialmente das populações da Amazônia, como ribeirinhos, povos quilombolas e originários, incluindo comunidades que vivem nos arredores dos grandes projetos industriais. Ao longo dos anos, o IEC já esteve presente em centenas de municípios nos nove estados da Amazônia Legal, além de apoiar pesquisas nas 27 unidades da federação.
Além disso, o IEC atua nas áreas de ensino e memória. Implantou o primeiro curso de Análises Clínicas, em 1940; a Pós-Graduação em Virologia, primeira do Brasil e da América Latina, criada em 2012; e a Pós-Graduação em Epidemiologia e Vigilância em Saúde, em 2015. O IEC se tornou referência nacional e internacional com processos credenciados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e mantendo diversas cooperações que contribuem para a pesquisa em saúde em todo o mundo. Além disso, o IEC tem participado ativamente dos debates relacionados à COP 30, que ocorrerá em Belém, em 2025.
No processo de reestruturação institucional, hoje o IEC possui duas áreas que integram a pesquisa científica e inovação tecnológica. Além de também proteger os direitos dos cientistas que atuam na instituição.
Como o IEC contribuiu para a resposta à pandemia e quais são os aprendizados desse processo?
Desde a criação do Centro de Operações e Emergência - Novo Coronavírus, em 2020, o IEC, credenciado como um Centro Nacional de Influenza (NIC), na Organização Mundial da Saúde (OMS), atuou como uma das referências nacionais para o diagnóstico, monitoramento, capacitação, assessoria e realização de pesquisas no combate ao vírus SARS-CoV-2 e variantes. O IEC detectou os primeiros casos da covid-19 no Pará e em diversos estados. Também auxiliou na implementação de medidas de saúde que retardaram a propagação, na época, em estados das regiões Norte e Nordeste do país.
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