Repórter 70: a origem da coluna de O Liberal; Romulo Maiorana foi pioneiro em colunas em jornais
Atualmente chamada de Repórter 70, coluna tem mais de seis décadas e era publicada no jornal Folha do Norte
Pioneiro no comércio e com tino empreendedor, Romulo Maiorana já traçava o caminho do jornal O Liberal quando assinava, no jornal Folha do Norte, as colunas “RM Informa” e “Sempre aos domingos”. Ao assumir, em 1966, a direção do jornal, deu início a uma série de mudanças estruturais, sem deixar de exercer a missão de informar. E nesse contexto, na década de 70, criou a coluna Repórter 70.
Como uma espécie de cartão de visitas do jornal O Liberal, o R70 traz fatos importantes e informações em primeira mão para o leitor, funcionando como uma espécie de pauta para a imprensa local, antecipando fatos e, ao mesmo tempo, sendo palco para repercussão dos mesmos. Ou seja, indiretamente, a coluna influencia também a escolha de temas a serem abordados por outros veículos.
A jornalista Regina Alves, que foi repórter no jornal O Liberal nos anos 70, lembra da coluna criada por Romulo e o gosto com o qual ele redigia as notas curtas da coluna, após passar por reformulação.
“Se tornou um modelo que até hoje eu vejo sendo seguido por outros veículos. Era muito engraçado, o seu Romulo, porque ele era cidadão italiano também, né? E ele foi a Itália no tempo da guerra e acabou ficando retido lá porque tinha que servir nessa condição. Só que felizmente ele não entrou em combate e foi ser datilógrafo. Quando a gente chegava lá no escritório dele, a gente via ele fazendo acho que o que ele mais gostava, que era o 'Em Poucas Linhas' do Repórter 70”, lembra Regina.
Jornalistas sempre estiveram ligados à coluna, o que conferiu ao R70 talvez a primeira definição de jornalismo colaborativo no Pará. “Ele inclusive lançou uma coisa que era uma espécie de jornalismo colaborativo. Ele tinha os cardeais da coluna como ele dizia, e tinha uma agilidade na máquina que só era comparável à agilidade com que ele ficava no telefone catando notícias para o Repórter 70. Como um repórter que não vai à rua. Ele não tinha produtor na coluna, ele tinha informante, e ficava - ele próprio - fazendo esse garimpo de notícias”, finaliza.
Linha do tempo
O “Repórter 70” conquistou o público ao longo dos anos com notícias exclusivas dos mais variados segmentos da sociedade, sempre adotando uma linguagem clara e objetiva, o que aproxima os leitores até os dias atuais. Na década de 90, já sob o comando do jornalista Walmir Botelho, as notas ficaram mais curtas e, com a mudança do padrão gráfico, a coluna ganhou novo layout.
Já no século 21, a coluna assumiu o gênero feminino, com as jornalistas Rita Soares, editora-chefe, e Cléo Soares, editora-assistente.
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