Trabalhadores do evento ‘Natal de Amor’ denunciam falta de pagamento pela Prefeitura de Ananindeua
Jovens contratados para atuar como personagens no evento afirmam que prazo de 60 dias para pagamento venceu em fevereiro e que não conseguem resposta da gestão municipal
Um grupo de 17 pessoas que trabalhou no evento "Natal de Amor", realizado no ano passado pela Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude (SECELJ) da Prefeitura de Ananindeua, denuncia que ainda não recebeu o pagamento prometido. Os jovens atuaram como personagens durante os quatro dias de festividade no Bosque Marajoara, no bairro Júlia Seffer, e deveriam ter recebido seus cachês até o dia 22 de fevereiro deste ano. No entanto, o prazo expirou e, até agora, não há previsão para a quitação da dívida.
A estudante Camilly Monteiro, de 18 anos, uma das contratadas, conta que o grupo foi recrutado de maneira informal, sem contrato assinado. “Eu fui chamada para o evento, tinham outras pessoas também, e eles explicaram como ia ser. Teve até uma reunião geral em que falaram que poderia demorar até 60 dias, mas que iriam tentar pagar antes. Mas não houve nada muito formal, nada para assinar”, relatou.
Segundo Camilly, o pagamento combinado foi de R$ 100 por dia, totalizando R$ 400 por pessoa. No entanto, após o término do evento, a única comunicação do grupo tem sido com um estagiário da secretaria, que diz não ter autonomia para resolver o problema.
“A gente foi lá, se esforçou, ficou em pé por horas, então é bem frustrante. Apesar de não ser muito dinheiro, com certeza tinha muita gente que estava precisando, por isso aceitou, achando que ia ser algo mais rápido”, desabafa.
Além da falta de pagamento, o grupo reclama da falta de comunicação. No início, as mensagens sobre o atraso eram enviadas ao grupo de WhatsApp dos trabalhadores, mas, recentemente, o chat foi silenciado. “Todo mundo estava cobrando, só que uma das pessoas que estava organizando estava nesse grupo também. E, alguns dias atrás, silenciaram o grupo e a gente nem consegue mais se comunicar”, relata a jovem.
Outro trabalhador, que preferiu não se identificar, confirmou que as 17 pessoas participaram do evento na função de personagens, tirando fotos e interagindo com o público. Ele também reforçou que não houve contrato formal, apenas um acordo verbal, e que, até o momento, ninguém recebeu qualquer posicionamento oficial ou previsão de pagamento. "Está impactando não só a minha vida, mas também a de outras pessoas que foram contratadas para o evento. Todos estão sendo afetados de forma negativa", afirmou.
Os trabalhadores ainda não acionaram a Justiça do Trabalho, mas cogitam essa possibilidade caso não recebam um posicionamento oficial da prefeitura. “Eu já pensei em fazer isso, mas ainda não fiz”, afirmou Camilly.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Ananindeua, mas, até o momento, não obteve resposta.