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Falta de coleta regular deixa várias ruas de Ananindeua com acúmulo de lixo nesta segunda

A ação de 'carroceiros', pagos para removerem lixo de algumas ruas, acaba prejudicando moradores de outros locais

O Liberal

Vários pontos de acúmulo de lixo foram registrados em Ananindeua na manhã desta segunda-feira, 14. O problema ainda é reflexo da irregularidade do serviço de coleta. Segundo moradores, o recolhimento do lixo domiciliar está em falta há cerca de um mês e a ação dos chamados 'carroceiros' tem agravado a situação em alguns pontos específicos.

No PAAR, por exemplo, vários pontos de lixo acumulado poderiam ser vistos pelo conjunto, tanto no canteiro central, na avenida Arterial 5 B, quanto nas transversais. Em várias casas, o lixo amontoado nas portas chamava atenção.

Na alameda Assunção, a dona de casa Cristina Cruz, de 44 anos, que já mora há 33 anos no local, conta que há cerca de cinco semanas a coleta de lixo, que sempre foi regular, deixou de ser realizada: "Essa questão começou desde setembro e nunca mais foi pego. Ele passava no dia certo: segunda, quarta e sexta, mas não passou mais aqui", relata. 

Com o problema, acabam surgindo outros, envolvendo os chamados 'carroceiros': pessoas que, em troca de dinheiro, recolhem o lixo informalmente e acabam despejando em pontos específicos da cidade, gerando amontoados ainda maiores:

"Nós temos um vizinho que tem um carrinho, pega o lixo de outras pessoas, de outras ruas, e traz para cá, para este muro aqui. De noite ele ainda pega e vai jogar em outro local", descreve Cristina.

O mesmo acontece na Cidade Nova 7, conforme relata a dona de casa Maria Souza, de 66 anos de idade. Ela mora há 43 anos próximo à praça Bento Siqueira, na avenida Arterial 5 B, com a travessa WE-79. A esquina da praça tem se tornado, diariamente, um lixão a céu aberto pela ação dos 'carroceiros', conforme a moradora:

"Está fazendo um mês que não fazem coleta. Eles [carroceiros] vêm de outras partes da cidade que não têm coleta e vem tudo para cá. Ali do canto [a outra esquina da praça] eles tiraram tudo [lixo] porque o vizinho se armou com um revólver e disse pra tirar e aí, pronto, não colocam mais, mas aqui, a gente está sofrendo uma situação que não é fácil não", diz Maria.

Enquanto a reportagem de O Liberal esteve no local, servidores da  Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Seurb) de Ananindeua estavam com tratores fazendo a remoção do monturo. Maria Souza diz que é comum ver esse trabalho acontecendo, mas o resultado não dura:

"Eles vêm limpar quase todo o santo dia. Só dessa vez que desde quinta-feira que eles não vinham. Mas eles acabam de limpar e começam a vim jogar [lixo] de novo. A gente vai falar e eles [carroceiros] vêm com terçado para bater na gente. Um dia desses quase que eu e a minha filha apanha aqui", relata.

A reportagem percorreu outros pontos de Ananindeua, como a Rua Oito com travessa SN 21, a esquina da WE-75 com a travessa SN 21 e a WE-72 com travessa SN 24, na Cidade Nova 6 e constatamos a mesma realidade.

A Prefeitura de Ananindeua foi procurada para dar um posicionamento a respeito do problema e, por meio da Secretaria Municipal de Saneamento e Infraestrutura (Sesan), informou que está empenhada em regularizar o serviço de coleta de lixo domiciliar no município. "Nossa equipe está atuando para eliminar o acúmulo de lixo gerado nos últimos dias. Pedimos a colaboração de todos os moradores para que retomem o descarte do lixo conforme o cronograma de coleta já estabelecido. A agenda de coleta está sendo normalizada, e contamos com a parceria da população para manter a limpeza e o bem-estar de nossa cidade", diz a nota da PMA.

A Recicle, uma das empresas que faz a coleta do lixo domiciliar no município, foi contactada, mas, informou que não era responsável pelas áreas em questão (apenas pelos conjuntos Jaderlândia 1 e 2, bairro do Atalaia e Guanabara). A redação integrada O Liberal também entrou em contato com a Terraplena, que atende os bairros citados na matéria, para que a empresa prestasse esclarecimentos. Até o momento não houve manifestação, e a reportagem permanece no aguardo do retorno.

Ananindeua