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Educação transforma vidas e gera oportunidades para jovens da Grande Belém

Em Ananindeua, na Escola Estadual Joaquim Viana, no Coqueiro, os alunos contam com um itinerário formativo adaptado

Gabriel Pires

Transformar vidas por meio da educação vai muito além do ensino tradicional. Na Grande Belém, projetos extraclasse promovem aos estudantes preparação para o mercado de trabalho com formações técnicas, além de rodas de debates por meio de clubes estudantis e até mesmo aulas de robótica, potencializando o ensino-aprendizagem para além das disciplinas tradicionais. Em Ananindeua, na Escola Estadual Joaquim Viana, no Coqueiro, os alunos contam com um itinerário formativo adaptado.

Aos 16 anos, David de Oliveira, que está cursando o 2º ano do ensino médio, teve a oportunidade de aprender sobre robótica na unidade onde estuda - que integra o ensino integral. Unindo conceitos de física, linguagens de programação e o uso de programas de tecnologia, é na prática do dia a dia, e pouco a pouco, que o jovem potencializa a sua formação com novos conhecimentos. E, em meio ao aprendizado de comandos de programação e montagens de equipamentos, ele já pretende desenvolver um protótipo.

image Estudantes têm a oportunidade de contar com aulas de robótica e programação (Foto: Wagner Santana / Jornal Amazônia)

“Na teoria, a gente aprende sobre os conceitos básicos [da robótica], sobre o programa, para depois a gente aprender sobre os códigos e, depois, na prática, só lançar os códigos para poder programar a placa. Pretendemos desenvolver um carrinho que vai se mover por Bluetooth. Vamos pegar o celular, ativar o Bluetooth e conectar [dando comandos] para poder andar. Estou aprendendo conceitos básicos para depois começar a montar os projetos”, afirma o estudante.

Oportunidade

Além da tecnologia, os jovens da escola estadual ainda têm a oportunidade de ter contato com outras atividades práticas, como a da comunicação. É o caso do estudante Jadson da Costa, de 17 anos, que faz parte da rádio e do jornal escolar - totalmente desenvolvido pelos alunos, reforçando o protagonismo juvenil. Mesmo não pretendendo seguir nessa área, o jovem destaca que as atividades mudam a forma de ver o mundo.

Para ele, o projeto agrega conhecimentos antes inexplorados pelos estudantes. “Trabalhamos com o jornalismo, fazendo nossos jornais, postamos em nosso Instagram [da escola]. E também fazemos o jornal físico. A gente imprime [as edições] e também faz os programas radiofônicos diários. Na questão dos programas, estamos iniciando agora, trabalhando mais a parte teórica”, detalha Jadson.

Debates

Já aos 16 anos, Amanda Ramos, aluna do segundo ano do ensino médio, encontrou na escola um espaço de transformação pessoal e social. Participante ativa de um clube de debates sobre racismo, ela descobriu o poder da escuta, do diálogo e do conhecimento como ferramentas para mudar o mundo ao seu redor. “Toda sexta-feira a gente escolhe um tema e conversa com os colegas. Falamos sobre igualdade e trazemos exemplos reais, inclusive de amigos nossos que já passaram por situações difíceis”, conta Amanda.

As conversas, segundo ela, ajudam a construir empatia e a conscientizar outros estudantes sobre o impacto do preconceito. O aprendizado, no entanto, não fica apenas entre os dentro da escola. Amanda leva o debate para dentro de casa e para as ruas do bairro onde vive. “O racismo é uma coisa que acontece muito. Eu falo o que vejo para os meus pais, meu irmão, meus amigos que encontro na rua”, conta.

Além do engajamento social, Amanda também encontrou na escola a chance de investir no futuro. Atualmente, ela faz um curso técnico em meio ambiente. A educação, para ela, é mais do que uma obrigação — é um caminho possível, cheio de possibilidades. “Me interessei pelo assunto e entrei. Eu pretendo levar essa carreira de técnico ambiental. Se Deus quiser”, relata.

Planejamento

Todas essas iniciativas integram o planejamento voltado às escolas de jornada ampliada, como explica a coordenadora do ensino integral da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Gabriela Bonfim. Ela ressalta que, com essa modalidade, a escola considera não apenas a dimensão cognitiva dos estudantes, mas também a dimensão social e emocional. “No ensino integral, temos uma jornada de 7 ou 9 horas por estudante. Se tem mais tempo e mais recursos para trabalhar nesse desenvolvimento integral do aluno”, observa.

Segundo Gabriela, essa estrutura permite que os estudantes tenham contato com práticas que dialogam com seus interesses e metas pessoais. “Além disso, no tempo integral, contamos com mais aulas de Projeto de Vida, que é um componente curricular, para que os estudantes possam pensar sobre os seus sonhos, as suas ambições, quais são os mecanismos que eles precisam mobilizar para chegar onde se quer e qual o papel da escola nesse trajeto.”

Ela destaca ainda outros componentes enriquecedores da proposta pedagógica. “Temos também as aulas de Práticas Experimentais e de Eletivas. Esses são componentes que são mais personalizáveis de acordo com os projetos trabalhados pela escola. Na Joaquim Viana, por exemplo, temos o projeto Mãos da Horta, temos um projeto de robótica. Essa escolha depende da escola e do interesse dos estudantes, do projeto de vida dos estudantes”, pondera.

Esses efeitos, segundo Gabriela, são resultados de um planejamento direcionado para o desenvolvimento pleno dos jovens. “E tudo isso é importante para que o estudante, ao concluir a educação básica, tenha ali uma boa inserção no mercado de trabalho, possa seguir na construção do seu projeto de vida. Tem efeitos sobre a vida do estudante quando ainda está na escola, mas também quando sai da escola”, ressalta.

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