Antes de chegar às ruas: conheça os bastidores da impressão do jornal Amazônia
São décadas de dedicação de uma equipe de impressores e auxiliares, em um lugar onde o cuidado com cada detalhe transforma notícias, imagens e relatos em um jornal completo
A história dos 25 anos do jornal Amazônia também se entrelaça com a jornada das mãos experientes da equipe do Parque Gráfico - localizado na sede do Grupo Liberal. São décadas de dedicação de uma equipe de impressores e auxiliares, em um lugar onde o cuidado com cada detalhe transforma notícias, imagens e relatos em um jornal completo. Neste marco de um quarto de século, cada folha que sai da gráfica carrega consigo uma parte dessa história.
É nesse vasto espaço que, diariamente, uma equipe especializada assume a última etapa antes do jornal ganhar as ruas. É durante a madrugada que eles entram em cena — com comandos já decorados. O impressor Luiz Cláudio dos Santos, de 54 anos, é um dos colaboradores por trás dessa história. Sua trajetória se confunde com a do próprio jornal. “Aqui foi meu primeiro emprego. Até hoje. Comecei na distribuidora e depois passei para a gráfica. Entrei como auxiliar. Eu tinha cerca de 25 anos”, relembra.
Ele explica que o trabalho tem hora certa para começar — e pouco tempo para erros. “O Amazônia costuma fechar uma e meia da madrugada. Por volta das vinte para as duas, já estamos rodando. Aí é só esperar rodar para ver a qualidade que sai no decorrer do processo. E tem uma ordem dos cadernos, há uma conferência que tem que colocar certo. Se botar errado, quando sair aqui, vai cair um caderno dentro do outro, a numeração não vai bater”, detalha Luiz.
Outro responsável por fazer o jornal tomar forma é Josué Pereira, de 62 anos, um dos mais experientes. Com 28 anos dedicados à gráfica do Grupo Liberal, ele conhece cada detalhe do processo de impressão e acompanha de perto o nascimento de cada edição. “A redação apronta as páginas e a pré-impressão envia para a gente. Conforme vão enviando, cai aqui no sistema, e a gente vai acompanhando o processo. Quando fecha o jornal, a gente já está com a metade do material na máquina. E assim rodamos a edição do dia”, explica.
O ritmo é intenso e calculado, segundo descreve Josué. “A máquina roda em quinze. Cerca de sessenta mil por minuto”. Mas tudo isso só é possível pelo trabalho coletivo de quem compõe a gráfica: “A equipe trabalha em sintonia, com funções bem definidas. “Somos uma equipe. Cada um tem sua função. Tem os auxiliares, que colocam e tiram as chapas da máquina. Tem também o pessoal responsável por colocar a bobina de papel”, explica ele sobre cada atribuição dentro do Parque Gráfico.
Precisão
E se há algo que faz a diferença no resultado, é a sensibilidade adquirida ao longo dos anos, como relata Josué. “A gente olha no jornal e já sabe qual é a cor que está faltando, qual ajuste precisa ser feito, se tem que acertar o papel ou não. Quando chegamos ao comando da impressão, já vamos direto ao ponto, com a mão certa para fazer o que precisa. Se perder tempo, estraga. Temos que ser muito precisos”.
A precisão é fundamental em meio a todo esse processo, como também lembra Luiz. A equipe lida com uma máquina de alta tecnologia, mas é o olhar humano que garante que tudo corra bem. “A gente já sabe como colocar. A máquina tem uma programação que posiciona a primeira e a segunda chapa e assim vai. Temos até umas quatro horas para colocar esse jornal nas ruas. Umas três horas e meia depois, já estamos com todos os jornais na distribuidora para seguir seus caminhos”, detalha Luiz.
Qualidade
Eles revelam que o segredo da qualidade está no zelo constante. Assim que as primeiras páginas do jornal são impressas, basta um olhar para que eles verifiquem o que precisa ser corrigido — seja uma cor fora do padrão ou qualquer outra distorção. E é assim que, em questão de minutos, centenas de exemplares do Amazônia vão se tomando forma na madrugada. “Tem que ter muito cuidado, porque é um serviço que vai para as ruas. Tem que ter qualidade. Quando pegamos o jornal e conferimos, já sabemos se é preciso ajustar alguma coisa”, declara Luiz Cláudio.