Abastecimento de água deve ser normalizado neste fim de semana em Belém

O fornecimento de água deve continuar com interrupções até esta sexta-feira (05) nos bairros da Região Metropolitana de Belém que dependem do abastecimento do Complexo Bolonha, principal estação de tratamento da capital. Por conta da necessidade de limpeza de oito filtros da estação, a suspensão com intervalos foi necessária ao longo desta semana e já impactou a vida de muitos cidadãos que tiveram que enfrentar transtornos carregando baldes e outros reservatórios.

O Complexo Bolonha é responsável pelo abastecimento de 65% das residências da capital paraense. Entre os bairros mais atingidos: Guamá, Souza, Curió-Utinga, Cremação, Condor, São Brás, Fátima, Canudos, Pedreira, Marco, Terra firme, Jurunas, Batista Campos, Telégrafo, Sacramenta e Barreiro. 

SEM ÁGUA NA TERRA FIRME

No bairro da Terra Firme, não há abastecimento de água há três dias, segundo informou a costureira Elizabeth Silveira (53). Ela disse que muitos moradores estão revoltados porque não podem tomar banho direito. "Somos obrigados a carregar camburão pesado com água. Três dias sem nada. Até esta quinta, não voltou. E ainda nos cobram por isso no fim do mês. Que injusto", reclamou. 

SUSPENSÕES NO ABASTECIMENTO NO GUAMÁ

No bairro do Guamá, o auxiliar de serviços gerais Mario Cesar (53), morador da passagem Pedreirinha, contou que o abastecimento na sua casa foi interrompido durante a noite de quarta-feira (03) e só voltou ao normal por volta das 9h desta quinta-feira (04). Baldes, panelas, bacias, garrafas plásticas e outros vasilhames foram usados para armazenamento mediante a necessidade de lavar louça, tomar banho e manter o funcionamento da descarga do banheiro. 

"Desde o fim de semana, começou a ficar com a pressão fraca, mas foi no início da noite de quarta que foi e embora de vez. Mas deu tempo de armazenar em todo tipo de reservatório porque assistimos à notícia no jornal local da noite pouco antes da interrupção", disse Mario. 

"Quando voltou, na quinta de manhã, veio muito fina. Demorou para normalizar. Somando a casa da frente e a casa dos fundos, moramos em seis pessoas. Por isso precisamos de uma quantidade grande de água para a rotina. Deixamos todos esses baldes e garrafas cheios já prevendo que tenha nova interrupção a qualquer momento", acrescentou Mario Cesar.

Sila Lima (59), moradora do Guamá, armazenou água em uma máquina de lavar roupas e pagou para um rapaz carregar baldes em sua casa (Ivan Duarte / O Liberal)

A dona de casa Sila Lima (59), moradora da travessa Castelo Branco, também o Guamá, armazenou água em uma máquina de lavar roupas. Ela informou que ficou sem o serviço de abastecimento durante várias horas por três dias e que teve dificuldades para carregar baldes porque precisa cuidar de sua mãe, de 85 anos. 

"Segunda, terça e quarta. Quase o dia todo sem água nesse período. Ia e voltava. Nesta quinta, de manhã, voltou, mas bem fraquinha. Precisamos deixar uma reserva na lavadoura. E tive que pagar um rapaz para carregar os baldes, porque somos apenas eu, minha filha e minha mãe, que necessita de cuidados especiais por conta da idade avançada", explicou Sila. "Além disso, durante toda a manhã, tenho que deixar desperdiçar da torneira porque vem suja. Depois que fica limpa".

COSANPA

Em nota, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) informou que mais da metade dos filtros já passaram por limpeza e destacou que fará o possível para que o serviço volte ao normal ainda neste fim de semana.

"Até o momento, cinco filtros passaram por limpeza. Continuamos trabalhando para cumprir o prazo. A situação continua a mesma: com intermitência nos bairros abastecidos pelo complexo Bolonha", informou a nota.