Gleisi Hoffmann diz que Bolsonaro faz governo de destruição do Brasil
No Pará para um encontro LGBT do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PT) bateu um papo rápido com a Conexão AMZ. Falou de governo Bolsonaro, Lula livre, mulher na política e discurso de ódio na Internet
Poucos políticos brasileiros têm sido alvo de tantas paixões quanto a deputada paranaense Gleisi Hoffmann. Presidente nacional do PT, o maior partido de oposição ao governo de Jair Bolsonaro, a deputada de traços finos, cabelos louros e gestos suaves costuma ser alvo dos que odeiam o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É xingada nas redes sociais e já foi alvo de agressões em aeroportos e outros lugares públicos no auge da operação Lava Jato.
“Temos uma causa e uma luta. Quando se tem um motivo, a gente releva as outras coisas”, disse ao ser questionada sobre os ataques de que já foi vítima. “Não posso dizer que é agradável, mas não afeta minha saúde, minha disposição para a luta”, disse garantindo, contudo, que recebe também demonstrações de apoio e afeto dos que apoiam o ex-presidente Lula e o PT.
Além disso, ressaltou a deputada, hoje o clima está mais ameno. “Sou mais abraçada e cumprimentada que no período do impeachment da presidente Dilma”.
Na semana passada, Hoffmann esteve em Belém para o encontro LGBT do PT. Em entrevista coletiva, contou que o partido lançou um plano emergencial para geração de pelo menos 7, 5 milhões de empregos. “O Brasil passa por uma situação muito difícil e o principal problema é a falta de emprego”.
Os recursos para geração de novos postos de trabalho devem vir do próprio orçamento da União, das reservas internacionais, do BNDES e da iniciativa privada. “Retomar os investimentos é fundamental”, afirmou dizendo que o plano com nove diretrizes será apresentado, em breve, aos governadores.
Referindo-se à gestão de Jair Bolsonaro como “um governo de destruição do Brasil”, a deputada criticou a política externa e ambiental do atual governo. “O que ele está fazendo é um crime. Querer controlar os dados de desmatamento, camuflando, escondendo, não deixando divulgar”, disse citando o embate que resultou na exoneração do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão.
Em novembro, o PT realiza eleições para escolha dos dirigentes nacionais e Glesi é candidata à reeleição. O processo é feito em etapas. A primeira é a escolha das direções municipais com eleições direitas em 4,6 mil municípios brasileiros (128 só no Pará). Os debates costumam ser intensos e, neste ano, mais do que nunca. Gleisi não é unanimidade. Uma ala do PT defende que Fernando Haddad assuma o comando da legenda. Para Gleisi, o debate é saudável. “O meu nome está à disposição. Eu gostaria, claro (de continuar na presidência), mas o importante é que se faça um bom debate e que o resultado unifique o partido para que a gente continue na luta. Os maiores problemas que a gente tem não estão dentro, estão fora do PT”.
Por falar em problemas, Gleisi voltou a defender a anulação da condenação do ex-presidente Lula pelo hoje ministro da Justiça, Sérgio Mouro. “Queremos um julgamento justo, não que ele seja inocentado por ofício, mas que tenha direito a um juiz isento”.
Após a coletiva, Gleisi fez um ping pong rápido com a Conexão AMZ
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