Renovação, conservadorismo e surpresas. O recado dos paraenses nas urnas.

#EstreantesNoPlanalto

Encerrada contagem de fotos e a totalização oficial por parte do Tribunal Regional Eleitoral é possível dizer que o Pará seguiu a tendência nacional de busca por renovação dos cargos políticos.

Vamos começar pela Câmara Federal, onde o Pará tem 17 cadeiras. Oito foram reeleitos e nove são estreantes. A renovação foi de 53%, seguindo a tendência nacional que foi de 52%, a maior dos últimos 20 anos.

Vale lembrar que a simples troca de nomes pode não representar mudança de pauta, mas é possível dizer, sim, que houve uma guinada da Câmara à direita o que nos permite apontar um aumento de pautas conservadoras e maior resistência à análise de questões como descriminalização do aborto e casamento gay.

#CampeõesDeVotos

No Pará, chamou atenção  a votação de Edmilson Rodrigues (PSOL) para a Câmara Federal. Ele foi o campeão de votos com 184.042 votos, mostrando que tem uma base sólida na Região Metropolitana. Ele foi prefeito de Belém por dois mandatos e disputou o segundo turno em 2016.

O segundo colocado é o estreante Cristiano Vale (PR) . Teve 176.812 mil votos. Foi embalado pelo palanque do irmão, Lúcio, que é vice na chapa ao governo encabeçada por Helder Barbalho.

Por outro lado, nomes que apareciam entre os favoritos como o apresentador Joaquim Campos, que tentava seu primeiro mandato em Brasília ficaram de fora. Também ficou de fora Arnaldo Jordy (PPS) que vinha de dois mandatos seguidos.

#EncolheramAsMulheres

A representação feminina do Pará na Câmara encolheu. Em 2014, foram eleitas três mulheres. Neste ano, apenas Elcione Barbalho (MDB) conseguiu retornar. Simone Morgado (MDB) e Júlia Marinho (PSC) ficaram de fora. Aqui, vale a ressalva que, embora a representatividade importe sim e muito, nem sempre a presença de mulheres, por si só, garante mais debates de políticas voltadas para elas. É preciso que as eleitas estejam comprometidas com a pauta feminista.

#Representatividade: Na ALEPA, salto feminino

Falando em representatividade feminina, ela deu um salto na Assembleia Legislativa do Pará. Saímos de três deputadas para dez entre 41 (24%). Apesar disso, esse número está longe de ser adequado, já que mais da metade do eleitorado paraense é formada por mulheres (50,6%).

No total, a renovação na Assembleia ficou em 53%, com 23 novos deputados do total de 41. Dezoito foram reeleitos. O resultado repete exatamente o que ocorreu 2014 e não chega a surpreender, já que apenas 29 concorriam à reeleição. Nomes como Márcio Miranda e coronel Neil, por exemplo, não voltarão. Neil disputou uma vaga na Câmara. Entre as novidades Marinor Brito (PSOL) que deixará a Câmara de Vereadores e deverá ser a principal voz da oposição ao governador eleito.

#ChegadasePartidas

Na disputa ao Senado, Jader Barbalho foi o grande vencedor. Quando anunciou que disputaria a reeleição, muita gente avaliou que o risco seria grande e que politicamente seria melhor concorrer à Câmara de deixar a vaga para aglutinar mais aliados para o filho Helder que disputa o governo. Jader não só manteve a candidatura como conseguiu levar consigo o atual vice-governador Zequinha Marinho (PSC), impondo derrota a dois de seus maiores adversários no Estado, Mário Couto, que sequer conseguiu concorrer, e Flexa Ribeiro (PSDB) que ficou em terceiro lugar e deixa o mandato após 14 anos. Flexa assumiu em 2005 como suplente de Duciomar Costa e conseguiu a reeleição ficando mais oito. Deixará o cargo em fevereiro de 2019