Epidemia de bullying é caso de saúde pública
Sociedade Brasileira de Pediatria lançou documento com orientações para profissionais e familiares durante a volta às aulas. Segundo o Ministério da Saúde, 42% dos alunos de escolas públicas sofrem bullying, no Brasil
Com o fim das férias e o retorno das crianças e adolescentes às escolas, casos como o de Victória se tornam uma grande preocupação para algumas famílias: o medo de que seus filhos sofram bullying. E ainda, como lidar com o problema? Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou, essa semana, o documento “O enfrentamento da violência que afeta o ambiente escolar”, uma série de orientações sobre como adotar ações concretas de prevenção a esse tipo de violência.
Os números sobre bullying no Brasil são alarmantes. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 42% dos alunos da rede pública de ensino relataram ser vítima de violência física ou verbal. A pesquisa, que ouviu quase 7 mil estudantes em Belém (PA) e outras cinco capitais, foi divulgada no final de 2018. Além da capital paraense, participaram também: Maceió (RN), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Salvador (BA), São Luís (MA) e Belo Horizonte (MG).
Mas a violência não atinge apenas os estudantes. Um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), realizado em 2015, demonstrou que metade dos professores já havia presenciado algum tipo de agressão verbal ou física por parte de alunos contra profissionais da escola. Entre as modalidades de violência mais comuns, estão furtos, ameaças, lesão corporal, dano ao patrimônio, desacato e atrito verbal.
Orientações
Como forma de prevenção e enfrentamento, o documento da SBP orienta que a família invista na formação de vínculo afetivo com a criança ou adolescente, ampliando a comunicação e estabelecendo limites. Além disso, é importante estar integrada à escola – comparecendo às reuniões e eventos regularmente – e procurar orientações de suporte com o pediatra.
Entre as medidas que podem ser adotas pelas instituições estão: incluir permanente o tema bullying na grade curricular; estimular a cultura de paz entre alunos, professores e funcionários; deixar claro que determinados comportamentos são inaceitáveis; chamar os alunos envolvidos; reforçar a autoestima e discutir abertamente preconceitos relacionados a raça, cor, gênero, pobreza, religião, orientação sexual ou deficiência.
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