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Eleições 2020: como os principais partidos estão se organizando para o ano que vem

Você pode não perceber, mas, nos bastidores, o clima de disputa eleitoral já começou. Há 15 meses das eleições municipais, partidos começam a ventilar nomes, fazer pesquisas internas e buscar aliados de olho nas prefeituras e cadeiras nas Câmaras de Vereadores

Rita Soares | Conexão AMZ

Ainda é cedo para pensar nas eleições de outubro do ano que vem, você deve imaginar enquanto está mais preocupado em fugir para a praia mais próxima. Pois, para partidos e lideranças políticas, este já é o momento de começar a pensar nas estratégias para a disputa das Prefeituras e Câmaras de Vereadores, marcada para 2 de outubro do ano que vem. 

 

O que parece pressa tem, pelo menos, duas razões objetivas: a primeira é que, antes de colocar o nome nas ruas para avaliação dos eleitores, os candidatos têm que passar pela burocracia interna de partidos e coligações. A segunda, ainda mais urgente, é que há prazos  a cumprir para atender à Justiça Eleitoral. Quem vai precisar mudar de domicílio eleitoral precisa fazê-lo até outubro deste ano. Já os que estão sem partido (caso da atual secretária de Cultura, Ursula Vidal), precisam fazer a filiação até abril do ano que vem. Dito isso, vamos ao cenário nos principais partidos até o momento:

 

O PSDB, partido do atual prefeito Zenaldo Coutinho,  tem ventilado o nome do deputado federal Celso Sabino. A escolha, diz uma fonte da legenda, é baseada em pesquisas internas que mostrariam Sabino com índices animadores para uma disputa que ainda não começou.


O nome, contudo, não é consenso entre os tucanos. O entrave pode ser exatamente o prefeito Zenaldo. “Ele não diz nem que sim, nem que não. Está meio isolado no partido, mas isso pode mudar em um ano”, diz uma fonte tucana ressaltando que, apesar o desgaste político do atual prefeito, esse não é um apoio a ser desprezado. “Ele tem muita coisa para mostrar e acredito que vai fazer isso. Tem também apoio de vereadores e lideranças”.

 

Procurado pela Conexão AMZ para comentar a candidatura,  Celso Sabino desconversou. “No momento, estou focado no meu mandato (de deputado federal)”, afirmou para, em seguida, dar uma pista de que é, sim, candidato. “O político que disser que não sonha em administrar sua cidade, seu estado estará mentindo”.

 

Outra ala do tucanato sonha com uma candidatura do ex-governador Simão Jatene que aparece bem-posicionado nas pesquisas internas. Mas, o ex-governador tem evitado falar publicamente sobre o assunto.

 

O PSOL, do deputado federal Edmilson Rodrigues, sonha comandar o campo da esquerda nas eleições de 2020. Para isso, vai tentar convencer Edmilson (que já foi prefeito e perdeu duas eleições para Zenaldo) a voltar à arena eleitoral do ano que vem. O argumento é que Rodrigues é o último prefeito bem-avaliado da capital paraense. Deixou o cargo com mais de 70% de aprovação.

 

A aposta é de que a má avaliação da atual gestão tenha aumentado, nos eleitores, a saudade de sua administração, o que poderia, em 2020, facilitar a vitória. “É grande a expectativa na militância do PSOL pela eventual candidatura do deputado Edmilson, pois todos os dias chegam manifestações de lideranças para que o partido dispute a eleição com seu mais representativo quadro”, afirmou, por meio de nota, a presidente do Diretório Municipal da Legenda, Lívia Duarte. A ideia, confirmou Lívia, é “construir uma sólida unidade”, o que incluiria aliança com PT, PC do B Rede, entre outros partidos de esquerda.

 

No campo oposto, a extrema-direita, um nome já está confirmado. O do delegado e deputado federal Eder Mauro (PSD). Ele é uma espécie de representante-mor do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Pará e aposta no apoio dos bolsonaristas para alavancarem a candidatura. Nas eleições de 2016, o delegado ficou no meio do caminho. Com 16,53%, conseguiu apenas o terceiro lugar na disputa à Prefeitura de Belém e não foi ao segundo turno. Eder Mauro confirmou a candidatura por meio da Assessoria de Imprensa, mas não quis falar com a Conexão AMZ.

 

Pelo centro, o nome mais cintilante até o momento é o de Ursula Vidal. Obrigada a deixar o PSOL para assumir a Secretaria de Cultura do governo Helder Barbalho (MDB), Úrsula tem em sua defesa 585 mil votos obtidos  na eleição do ano passado, quando disputou uma vaga ao Senado. Na Região Metropolitana, chegou a brigar  voto a voto com o senador Jader Barbalho (MDB).  Ursula não descarta a candidatura, mas, também, afirma que, neste momento, o foco é a política cultural do estado. Entrar ou não na disputa, certamente, vai depender de fatores como um possível apoio do governador Helder (MDB) que, se continuar bem-avaliado, será um cabo eleitoral disputadíssimo em 2020.

 

Em torno de Helder, contudo, vários nomes buscam um lugar na ribalta da campanha. Um deles, ainda discreto, é o vice-governador Lúcio Vale (PR), que poderia mudar o domicílio eleitoral de Viseu, Nordeste do Pará, para Belém. “Ninguém conhece ele na capital”, desdenha um tucano. É, você pode não ter notado, mas a disputa já começou!

 

Atualização

Por meio da assessoria de imprensa, o vice-governador Lucio Vale informou que seu domicílio eleitoral é Belém.

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