Desemprego empurra jovens para o empreendedorismo

Conheça a história de quem, ao se ver sem trabalho, decidiu abrir o próprio negócio e não se arrependeu

Anna Peres | Conexão AMZ
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Quem nunca pensou em ser seu próprio patrão? O que é sonho para alguns profissionais, para muitos jovens que estão deixando a faculdade pode ser a única opção. “Quando entrei na faculdade eu pensava sim em conseguir emprego em uma grande empresa, tanto que fiz estágios, cheguei a enviar vários currículos”, lembra Flávia Paredes, 24 anos, recém formada no curso de Administração de Empresas.

Mas a oportunidade não veio. Ela então decidiu arregaçar as mangas e criar seu próprio negócio. “Hoje eu vejo que com o empreendedorismo eu posso ganhar muito mais. Alguns empregos ainda são muito engessados e com o empreendedorismo você é forçado a buscar cada vez mais conhecimento, contato com as pessoas, isso te dá muita possibilidade de crescer, inclusive financeiramente. Mas, claro, com muito esforço, disciplina e foco”, ensina.      

Uma pesquisa divulgada ano passado, pelo Sebrae nacional, revelou que 57% dos negócios em fase inicial em 2017 estavam nas mãos de pessoas como Letícia, com idade entre de 18 e 34 anos. Isso representa mais de 15 milhões de jovens. No Pará, o Sebrae local ainda não tem dados específicos sobre o empreendedorismo entre os jovens, mas um levantamento deve ser iniciado neste ano, o que demostra a relevância desse segmento também no estado.

image Reprodução (Flávia Paredes)

Alternativa

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no trimestre formado pelos meses de novembro e dezembro do ano passado e janeiro deste ano, a taxa de crescimento da ocupação (trabalho formal ou informal) da população brasileira em geral foi de 0,9%. Mas entre os jovens, pessoas de 18 a 24 anos, não houve crescimento e sim, retração de 1,3%.

A falta de oportunidade, em muitos casos, acaba impulsionando o empreendedorismo. Para as parcelas mais pobres da população, sobretudo na Região Norte do país, é uma necessidade. “A palavra empreendedorismo eu descobri oficialmente há quatro anos, quando entrei na faculdade, mas acredito que já era empreendedora há muito tempo. Ele entrou na minha vida muito antes de eu saber o que era empreendedorismo, pela minha condição financeira, a situação econômica dentro da minha casa me obrigou a isso.”

Um levantamento feito pelo Dieese com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, demonstrou que os jovens que vêm de lares mais pobres têm menos oportunidade de continuar os estudos e se veem “empurrados” para o mercado de trabalho. Nessas condições, praticamente metade dos que estavam no terceiro ano do ensino médio, em 2017, já desenvolvia alguma atividade para gerar renda no primeiro trimestre de 2018.

No caso da Flávia, antes de se tornar uma das socio-proprietárias da Neo Habitus, uma empresa voltada para o desenvolvimento de carreiras que montou em parceria com os colegas da faculdade, ela foi vendedora de cosméticos na adolescência e, aos 18 anos, abriu, em sociedade com a irmã, uma lanchonete na porta de casa. Da época de vendedora, a administradora diz ter trazido a experiência no relacionamento com pessoas e clientes. “Isso quebrou a minha timidez e me trouxe muita maturidade”, garante.

Ouça o conselho da empreendedora para quem está saindo da faculdade e ainda não vislumbrou uma oportunidade no mercado de trabalho:

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