Conheça o engenheiro que diz ser dono das terras onde está o lixão do Aurá
O engenheiro Paulo Guilherme Dantas Ribeiro, 76 anos, diz ser dono da área onde fica o lixão do Aurá, briga na Justiça para ter o terreno de volta ou ser indenizado e promete ir à justiça para impedir que o lugar volte a receber o lixo de Belém.
Em meio à maior crise em torno da destinação do lixo doméstico produzido na Região Metropolitana de Belém, surge um personagem que promete capítulos ainda mais emocionantes na polêmica que começou no ano passado, quando a empresa Guamá Tratamento de Resíduos Sólidos anunciou que fecharia o aterro sanitário de Marituba.
O nome do personagem é Paulo Guilherme Dantas Ribeiro. Ele tem 76 anos e, há duas décadas, enfrenta batalhas judiciais contra o Estado. No centro da disputa, a posse das terras onde hoje está o famoso Lixão do Aurá.
Paulo diz ser dono de uma área de 1 mil hectares, que vai do Parque Ambiental do Utinga até o rio Aurá. Dentro dessa área está o lixão. Desativado em 2015, o Aurá voltou a ser visto como alternativa pela Prefeitura de Belém para destinar os resíduos da capital, caso o imbróglio com a Guamá não se resolva.
No que depender de Paulo, contudo, isso não deve acontecer. Ele promete ingressar, nas próximas semanas, com uma ação contra o município. Quer proibir que a área volte a receber lixo, mas não só isso: quer também que a Prefeitura devolva o terreno ou pague a desapropriação. O valor? A pequena fortuna de R$ 200 milhões.
A incrível história em torno da posse do terreno do Aurá gerou um emaranhado jurídico, difícil de entender. Paulo conta que foi comprando os terrenos onde antes havia seringais. O plano, diz ele, era construir conjuntos habitacionais. Mas, em 1993, suas terras foram incorporadas à recém-criada Área de Proteção Ambiental (APA) e o projeto dos conjuntos habitacionais acabou embargado. Sem poder usar os terrenos - que circundam os lagos Bolonha e Água Preta que fornecem água potável para Belém -, Paulo começou a batalha contra o Estado para ser indenizado pelo terreno. As ações correm na Justiça de Ananindeua desde o final da década de 1980, sem decisão final.
Nesse meio tempo, a Prefeitura de Belém comprou terrenos para destinar o lixo da capital. A atual gestão do município diz que não vai se manifestar sobre o negócio porque este se refere a gestões passadas. Mas, uma fonte do município confirmou à Conexão AMZ que Paulo era proprietário de terrenos na área em que o lixão começou a operar. Não há detalhes, contudo, sobre possíveis indenizações.
Paulo garante que, se a Prefeitura comprou os terrenos, pagou para a pessoa errada. Diz que vai lutar o tempo que for necessário para provar ser o dono do Aurá e garantir a indenização a que, jura, tem direito. “Se eu não usufruir, ficará para meus netos”, resigna-se.
Confira o vídeo com os principais trechos da conversa da jornalista Rita Soares com o engenheiro
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