Redes sociais fervem em reação ao anúncio de aumento das passagens
Diferentes grupos se mobilizam em redes sociais e ameaçam "parar" Belém nessa quarta-feira, em protesto contra o anúncio de aumento da passagem de ônibus. Problema do transporte coletivo é crônico na capital paraense. Entenda melhor em um comparativo com outras capitais brasileiras.
Pegou mal o anúncio de que a partir dessa quarta-feira (5) a passagem de ônibus, em Belém, passará de R$ 3,30 para R$ 3,60. Nas redes sociais, além de muitas reclamações e questionamentos sobre a relação preço x qualidade do transporte coletivo na capital, grupos estão convocando manifestações em vários pontos da cidade.
Em um evento criado no Facebook, voltado principalmente para estudantes, a convocação fala em "fechar a Almirante Barroso". Ao longo da avenida, que é um dos principais corredores de tráfego da capital, estão localizadas várias escolas e duas universidades públicas.
Veja a convocação que passou a circular na rede social na terça-feira (4):
Estudantes organizam ato contra o aumento da tarifa de ônibus. (Print Facebook)
Em maio, a Conexão AMZ abordou o tema em uma reportagem sobre a demora para a realização de licitação para a contratação do serviço de transporte coletivo na capital. A medida poderia, por exemplo, assegurar a renovação da frota. O sucateamento dos ônibus está entre as principais reclamações dos usuários. O processo, no entanto, segue travado por discordâncias entre a Prefeitura e o Ministério Público do Estado (MPPA).
Veja a reportagem:
Por que o transporte público nunca melhora aqui em Belém?
Belém não chega a ter um dos transportes coletivos mais caros do país. Em São Paulo, por exemplo, o valor da passagem atualmente é de R$ 4,30. A diferença está na qualidade do serviço ofertado, com veículos muito mais novos e boa parte da frota com ar condicionado, mesmo com o clima muito mais ameno que na capital paraense.
Mas em Fortaleza, onde o valor da passagem é o mesmo previsto no reajuste de Belém - R$ 3,60, boa parte da frota conta com ar condicionado e wi-fi. Mesmo com os ônibus em bom estado de conservação, a prefeitura cearense iniciou esse ano um processo de licitação para a renovação de algumas linhas. Aos finais de semana, algumas linhas que fazem transporte para as praias turísticas rodam de graça.
A capital paraense, no entanto, não é a única com problemas crônicos nessa área. Em Manaus, onde a passagem é ainda mais cara - R$ 3,80 - os ônibus são igualmente velhos, sujos e não raramente ficam no prego, deixando os usuários na mão. "Na maioria das vezes, os cobradores não têm os 20 centavos de troco e, então, a passagem acaba saindo por quatro reais. Também ocorrem muitos assaltos nos ônibus, principalmente nas linhas que fazem o percurso para as zonas Leste e Norte, as áreas mais perigosas", relatou Fabiane Moraes, moradora da cidade.
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