Boas Práticas em Meio à Pandemia
A vila de Alter do Chão, no oeste paraense, chama atenção por ser um reduto de práticas sustentáveis para manter a floresta em pé. Populações tradicionais, assentados, comunidades e ribeirinhos são aliados de empresas que buscam desenvolver produtos naturais, com respeito ao meio ambiente e às pessoas. Agora, é a vez da produção do álcool gel de cereais na região que teve a primeira vítima fatal do vírus no Estado.
A disseminação da Covid-19 no território nacional pegou todos de surpresa e, no oeste do Pará, a maioria do empresariado não tinha nenhum plano emergencial caso o vírus evoluísse de forma rápida. “Eu confesso que fiquei assustado, coloquei meus funcionários em quarentena, fechei as portas e isso me deixou muito preocupado, pois teria que demitir meus colaboradores, encerrar as atividades da loja física e manter as vendas pelo site. Só conseguia pensar nisso”, lembra Kairós Kanavarro, diretor de uma empresa de cosméticos veganos e naturais, fundada em Alter do Chão. A produção é baseada em ervas, raízes, frutas e frutos conhecidos, há gerações, pelos povos da floresta. Cooperativas, comunidades ribeirinhas, assentados e indígenas fazem parte do time de fornecedores do empreendimento.
Após uma semana de isolamento total, Kanavarro reuniu com a equipe, teve uma conversa franca e pediu ajuda para que algum produto novo fosse criado, algo para alavancar as vendas e segurar a produção evitando demissões. A reunião durou horas e finalmente nascia a estratégia de criar um álcool 70 a partir de insumos naturais que limpe, proteja, não agrida o meio ambiente e possa ser usado como um produto de higiene pessoal, algo prático e eficaz.
“Assim surgiu a produção do álcool natural, a base de cereais. Pra gente é super possível desenvolver o produto. Temos o laboratório, a estrutura toda montada. Inicialmente, fizemos cem unidades como teste e foi um sucesso, vendemos tudo com entrega na casa do cliente”, conta Kairós.
A solução criativa nascida em tempos de crise já está com o segundo lote em fase de distribuição, atendendo encomendas que chegam de todos os lugares do Brasil para o enfrentamento ao vírus.
COVID EM SANTARÉM
Ainda na quarta-feira, 1, após a a confirmação da primeira morte por Covid-19 no Pará, ocorrida justamente em Alter do Chão, a prefeitura de Santarém anunciou a prorrogação, até 19 de abril, dos prazos relacionados às medidas temporárias de enfrentamento à Covid-19.
Continuam valendo medidas como: suspensão das aulas na rede pública municipal, funcionamento do comércio de 09h às 15h, exceto para estabelecimentos específicos, e fica determinado aos órgãos de segurança, agentes de trânsito, fiscais da Fazenda Pública, fiscais de meio ambiente e Vigilância Sanitária e Epidemiológica a realização de rondas no município para garantir a dispersão, evitar aglomeração de pessoas e garantir o cumprimento das determinações dos decretos municipais de enfrentamento ao coronavírus.
Em caso de descumprimento de quaisquer das medidas estabelecidas, fica permitida a solicitação de força policial, sem prejuízo de apreensão de bens, inclusive veículos, interdição de estabelecimento, cassação de alvará de funcionamento, entre outras. Aos infratores também podem ser aplicadas sanções administrativas e penais.
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