Edmilson diz que pretende buscar recursos federais para realizar investimentos em Belém
Em entrevista ao Jornal Liberal 2ª Edição, o prefeito eleito falou das ações de combate à pandemia, auxílio aos mais pobres e de ser 'prefeito de todos'
O prefeito eleito Edmilson Rodrigues (PSOL) pretende buscar recursos federais com os parlamentares do Pará, em Brasília, para poder realizar investimentos em seu terceiro mandato como gestor municipal. Em entrevista ao Jornal Liberal 2ª Edição, que foi ao ar às 12h de segunda-feira (30), Edmilson afirmou que já falou com deputados federais e senadores de diferentes partidos. A entrevista foi a primeira na TV Liberal após o encerramento das eleições deste ano, ocorrido no domingo (29), e foi conduzida pela jornalista Priscilla Castro. Como ocorre tradicionalmente no programa, os telespectadores enviaram perguntas sobre problemas de Belém, como alagamentos e as condições atuais da mobilidade urbana.
O prefeito agradeceu o voto da maioria da população de Belém e afirmou que pretende governar Belém com base no diálogo. “Serei o prefeito de todos. O morador de um bairro da periferia, que tem a sua casa alagada toda vez que chove, ainda que não tenha votado em mim, pode ter certeza que eu irei governar com foco nas pessoas que precisa mais. Queremos cuidar do centro, queremos que continue bonito o que já é bonito, como a praça Batista Campos, que um morador da Terra Firme gosta de ver e mostrar para um parente que vem de fora. Mas precisamos que as pessoas dos bairros menos assistidos vivam com dignidade”, afirmou.
Perguntado sobre os alagamentos na avenida João Paulo II, que hoje estão no centro de impasses entre responsabilidades dos governos municipal e estadual, Edmilson afirmou que será preciso realizar parcerias com o Governo do Pará para que as obras de saneamento saiam do papel. “É necessário um investimento a médio prazo. É preciso fazer com que a água escoa em bueiros com os da avenida Almirante Barroso, que estão todos entupidos. Também na área de saneamento, para enfrentar o período de chuvas, vamos criar brigadas para envolver as pessoas desempregadas na limpeza de suas próprias ruas. Mesmo que não seja um emprego fixo, já será uma forma de gerar renda”, destacou.
Já anunciado como o primeiro ato de governo, a partir do dia 1º de janeiro, o programa Renda Mínima Bora Belém também foi questionado pelos telespectadores e a jornalista Priscilla Castro perguntou sobre os valores a serem aplicados na política. “Estamos trabalhando com o máximo de R$ 450, mas assim como o Bolsa Escola, que aplicamos nos nossos dois primeiros governos, também devemos articular com o Banco do Povo, para estimular a criação de novas empresas. A exemplo do que foi feito com as mulheres que trabalham até hoje no Ver-o-Rio, por exemplo, que criaram cooperativas, podemos estabelecer um tempo de dois anos para o recebimento da Renda Mínima”, estipulou.
O combate à pandemia de coronavírus, segundo Edmilson, deverá ser pautado nas recomendações dos cientistas da área de saúde. O prefeito eleito disse que a possibilidade de um próximo “lockdown” existe, caso seja confirmada uma nova onda da covid-19, mas pondera também sobre a crise econômica ocasionada pelo estado de emergência sanitária. “Não queremos que nenhuma, nenhum bar feche as suas portas, já que são trabalhadores que vão ficar sem empregos. Mas eu sou arquiteto, tenho obrigação de saber muitas coisas, não tenho a obrigação de saber qual é a melhor forma de lidar com uma pandemia, por isso vamos escutar os especialistas, para que a gente possa retomar as atividades com segurança”, demarcou.
Ainda sobre as consequências da pandemia, o prefeito eleito disse que a educação é uma área que deve ser tratada de forma diferente que em outros momentos. “A pandemia nos obriga a ser mais inteligentes. O calendário de ensino, por exemplo, pode ser repensado nos próximos anos para repor este ano, que já está sendo considerado um ano perdido. É possível recuperar, sem ter que reprovar ninguém ou passar sem que o aluno tenha as aulas. Preciso pensar a educação por ciclos, ter criatividade. Digo isso como educador. Por outro lado, é preciso que se diga que os educadores fizeram uma verdadeira revolução nesse período de pandemia, compraram computadores e se esforçaram para fazer o melhor não porque foram obrigados e sim por amor à profissão”, elogiou.