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Um novo motivo para ter amor à vida

Recuperados da covid-19, paraenses são gratos à família e aos amigos que não deixaram a esperança fenecer no momento da enfermidade

Dilson Pimentel

Valorizar atividades simples foi uma das principais mudanças na vida de Suenny Leal Melo, 35 anos, que se recuperou da covid-19. "Aprendi a valorizar o dia e cada ação - falar, andar, lavar os cabelos. A melhor dessas coisas é carregar meu filho para dar um abraço", disse ela, que é professora do ensino superior. Para Suenny, a internação foi o momento mais difícil. "Fiquei quatro horas aguardando atendimento no Hospital Abelardo Santos. Era o segundo dia de funcionamento e o serviço ainda estava se estruturando. Saí de lá sem atendimento e muito mais grave do que quando cheguei. Mas compreendo que eles não tinham como atender, pois eram poucos profissionais para a demanda", afirmou ela, que, depois, recebeu alta do hospital municipal Dom Vicente Zico.

A professora acrescentou: "Nós somos uma geração dividida. De um lado, teremos pessoas com buracos no peito por ter que conviver com a dor da perda sem a oportunidade da despedida; no meio, pessoas que serão gratas, que terão relatos para dividir mas que valorizarão mais a vida, porque, independente da evolução que você tenha da covid-19, você tem medo em algum momento. E, por último, teremos uma parcela da população que acha que tudo isso foi um ‘golpe’ ou exagero da mídia. Pessoas que, mesmo diante da tragédia revelada, continuam pensando que não está acontecendo".

image Suenny Leal de Melo diz que momento é de valorizar mais a vida (Fábio Costa / O Liberal)

Ela também destacou a importância da família e amigos em momentos difíceis como esse. "Adoeci no pico da pandemia. Nenhum lugar estava funcionando, não encontrávamos remédio nas farmácias", contou. Às pessoas que estão doentes, ela manda uma mensagem. "Sentiu algo diferente e, se não tiver com quem contar, procure um posto de saúde, as policlínicas ou o ‘Abelardo’, que hoje já está muito bem estruturado. Controle seu psicológico e acredite: é possível vencer a doença", afirmou.

Aos saudáveis, Suenny pede que evitem sair, mesmo que já esteja funcionando o comércio. "Ainda estamos na pandemia, é real. Protejam as pessoas, usem máscara, álcool em gel. Se você não precisar sair, aproveite seu lar pois, ele é muito melhor que um leito de hospital", afirmou.

EMOÇÃO

A advogada Camila Esquerdo, 34 anos, ficou 20 dias doente. E teve a assistência remota de profissionais de saúde, entre os quais o do PSM do Guamá. "O momento mais difícil foi diagnosticar a doença. Essa equipe de profissionais me orientou a fazer a tomografia computadorizada. Eu sentia muitas dores no meu peito e costas. E dificuldade de respirar", contou.

Com a doença, aprendeu a valorizar a convivência com a família e a importância da solidariedade. "Isso me marcou. E me emocionou a atuação dos profissionais de saúde no combate à doença, principalmente a equipe que me atendeu remotamente", contou. "Eles foram essenciais em minha vida", disse.

image Camila Esquerdo também é grata aos profissionais da saúde que cuidaram dela na doença (Ivan Duarte / O Liberal)

O vigilante Osmar de Souza, 67 anos, ficou sete dias internado. "Com a doença, aprendi que somos mais frágeis do que imaginamos", disse. "A pandemia veio nos ensinar que não temos controle sobre nada. Minha família foi minha base nesse momento e saber que meus amigos estavam orando por mim foi muito importante", contou.

O microempresário Rósiton Bentes Corrêa, 60 anos, ficou 21 dias internado. "O momento mais difícil foi acordar numa UTI e perceber que a falta de ar estava mais forte e que eu necessitava de oxigênio no cateter pra poder respirar. Tive medo de morrer. Essa doença nos deixa fragilizado e o isolamento da família deixa o paciente, na maioria das vezes, depressivo", contou."Saio do coronavírus mais temente à Deus e valorizando a vida muito mais", contou. A família e amigos foram indispensáveis em sua recuperação dele. "Sou um vencedor, mas não venci sozinho. Agradeço a toda equipe dos profissionais do hospital Dom Zico. Meu tratamento foi de excelente", disse Rósiton.

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