Servidores da Abin realizam protesto e pedem a saída do diretor-geral do órgão
Dentre as reclamações feitas pelos manifestantes estão ainda o baixo orçamento e a cobrança por melhorias na carreira
Cerca de 150 agentes e oficiais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) realizaram um protesto, nesta terça-feira (30/04), e pediram a saída do diretor-geral, o ex-delegado da Polícia Federal Luis Fernando Corrêa. Dentre as reclamações feitas pelos manifestantes - que citaram a possibilidade de entrar em greve - estão ainda o baixo orçamento e a cobrança por melhorias na carreira.
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De acordo com a entidade que representa os servidores, ações mais "duras" do que a paralisação podem ser tomadas, além da criação de uma situação “sem precedentes”. Já a Intelis, associação que representa funcionários da Abin, não deu informações sobre essa pauta, mas alertou para possíveis “ações futuras”.
“A nossa insatisfação tem raízes profundas, considerando especialmente o baixo orçamento em um momento tão crítico para a segurança nacional e a defesa da Democracia. Com eventos políticos de grande porte chegando ao Brasil, aumenta-se a preocupação com a presença de espiões estrangeiros e a necessidade de fortalecer nossas capacidades de Inteligência”, diz a entidade.
Os oficiais pedem, ainda, a abertura de negociação de reestruturação da carreira com o Ministério de Gestão e Inovação, um canal mais aberto de comunicação com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a criação de um marco regulatório para a atividade de inteligência no Brasil.
“Embora ainda não tenha atingido o estágio de greve, essa paralisação aponta para um crescente descontentamento dentro da instituição. É importante que as nossas vozes sejam ouvidas e que as preocupações sejam endereçadas”, cita a Intelis.
Ainda de acordo com os agentes, “sem uma resposta satisfatória às reivindicações, há possibilidade real de outras ações em um futuro próximo”.
“Essa seria uma situação sem precedentes para a ABIN, sublinhando a seriedade do momento e a urgência de uma solução por parte do atual governo”, diz.
Resistentes à “Abin Paralela” insatisfeitos
Segundo informações divulgadas pelo portal Metrópoles, as escolhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a falta de ação sobre as solicitações da agência por mais estrutura e independência de militares e delegados da Polícia Federal (PF) teria causado a decepção dos agentes que resistiram à chamada “Abin Paralela”, que atuou dentro do órgão durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com os agentes, eles estariam se sentindo colocados na "mesma prateleira", de maneira generalizada, onde se encontram policiais federais ligados a Bolsonaro que hoje são investigados por arapongagem com uso da agência.
Os agentes rechaçam que este grupo tenha conseguido institucionalizar práticas ilegais, apesar das tentativas, e veem nas operações da Polícia Federal apenas mais evidência de que policiais federais ligados ao ex-presidente e alguns agentes cooptados por eles criaram um núcleo de arapongagem que passou ao largo de sistemas internos de operações da agência.
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