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Catadores de materiais recicláveis têm sessão especial na Câmara de Belém para pedir visibilidade

Sessão teve desfile de moda, com roupas feitas a partir do material recolhido nas ruas da cidade

O Liberal
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A economia dos catadores move cerca de R$ 20 milhões por ano no Pará, conforme o presidente da cooperativa de catadores de materiais recicláveis do munícipio de Outeiro, Brendo dos Santos. Mas ele reclama da pouca invisibilidade do segmento. “Nós movimentamos algo em torno de R$ 20 milhões (anuais), sendo investidos diretamente na questão da coleta seletiva. Mas, infelizmente, somos invisíveis para a sociedade, como se fôssemos marginais. E temos um movimento organizado há mais de 20 anos”, explicou.

E por conta dessa "invisibilidade" de que se ressente o segmento, a Câmara Municipal de Belém realizou uma sessão especial com o I Fórum de Coleta Seletiva, Economia Circular Popular e Solidária, nesta quinta-feira (28), abrindo espaço aos catadores de materiais recicláveis para debater temas como respeito, melhores condições de trabalho e a regularização da profissão. A proposição foi do vereador Fábio Souza (MDB). Os presidentes de cooperativas de catadores da Região Metropolitana de Belém lotaram o evento. O descarte irregular e os desafios da profissão também estiveram em discussão.

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Câmara abre "passarela" para moda feita a partir do descarte

Um dos momentos de integração se deu quando o plenário da CMB se transformou em uma passarela. Modelos da equipe do estilista Tony Palha apresentaram roupas feitas a partir de material reciclável. Produtor do projeto intitulado o Pará virou moda, Thiago Gomes explicou como o trabalho é desenvolvido. “Atuamos há três anos por meio da moda sustentável. Começamos fazendo o aproveitamento do tecido têxtil, que é um dos maiores poluidores do mundo, perdendo somente para o petróleo. Nas grandes empresas, os uniformes são trocados anualmente por novos, e os usados são descartados. Vimos isso como uma possibilidade”, disse.

O projeto gera emprego e renda, explica Thiago. “Atuamos com pessoas em vulnerabilidade social, fazemos cursos, possibilitando novas oportunidades. Nós usamos a técnica do reaproveitamento do tecido. Ensinamos pessoas a confeccionarem roupas e bonés, por exemplo. Já reaproveitamos mais de duas toneladas de uniforme em três anos. Geramos oficina para mais de 200 pessoas”, revelou Thiago.

Um estudo, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), detalhou o perfil do profissional catador de materiais recicláveis e reutilizáveis. De acordo com a pesquisa, mais de quatro mil catadores atuam em 122 municípios paraenses. Cerca de 50% estão na Região Metropolitana de Belém. Um gargalo identificado é que quase a metade dos catadores não está inclusa no Cadastro Único (CadUnico), não tendo, portanto, acesso às políticas públicas de inclusão e de assistência.

Sustentabilidade "abraça a nossa causa"

A representante do Movimento Nacional dos Catadores, Nádia da Luz, acrescentou que, além de combater a invisibilidade, o fórum teve uma importância ao abordar a sustentabilidade. “Abraça a nossa causa e é fundamental para a classe, que visa uma coleta seletiva sustentável”, declarou.

Escolhida sede da Conferência do Clima da ONU em 2025, a COP30, Belém tem intensificado o debate sobre o meio ambiente, de forma a resolver questões administrativas e humanitárias envolvidas no processo.

O vereador Fábio Souza (MDB) explicou que o Fórum será permanente. “Começamos uma série de debates para tirar da invisibilidade os catadores. Temos distorções que precisam ser corrigidas. Lixo urbano é um problema acentuado na nossa cidade. O Fórum permanente será uma ferramenta para cobrar o Poder Público, para que eles sejam incluídos na coleta seletiva na cidade de Belém. Esperamos que essas discussões se tornem ações e que o Poder Público as efetive”.

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