Paraense morre durante travessia na fronteira México-EUA
A família é natural de Rio Maria, municipio da região sudeste do Pará, e havia viajado para o México na semana passada com a intenção de cruzar a fronteira
Uma mulher paraense, identificada como Leidiane Gomes, morreu na madrugada de ontem, durante uma tentativa de travessia entre a fronteira do México e dos Estados Unidos. Leidiane estava acompanhada pelo marido, Edmilson, e a filha adolescente, Fabrine Fernanda, em um veículo que capotou durante o trajeto. A localização exata do acidente ainda não foi confirmada pelas autoridades.
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Edmilson e Fabrine sofreram ferimentos no acidente. Edmilson está internado com uma costela fraturada, enquanto Fabrine quebrou a clavícula e está recebendo atendimento médico. A família é natural de Rio Maria, municipio da região sudeste do Pará, e havia viajado para o México na semana passada com a intenção de cruzar a fronteira. Suspeita-se que tenham contratado os serviços ilegais dos chamados coyotes, conhecidos por organizar essas travessias de forma clandestina.
A travessia na fronteira entre México e EUA é notoriamente perigosa, no entanto, atrai milhares de latino-americanos que buscam no sonho norte-americano uma vida melhor. Veículos que transportam imigrantes ilegais frequentemente transitam em alta velocidade quando percebem a presença de autoridades, levando a acidentes fatais.
Um número crescente de brasileiros tenta realizar essa travessia. Apenas nos quatro primeiros meses de 2024, 12.284 imigrantes brasileiros foram detidos tentando entrar nos EUA via fronteira com México, segundo Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos.
Nas redes sociais, Fabrine Fernanda comentou o ocorrido numa publicação, informando que a família está em choque pela perda e que ela e o pai estão recebendo tratamento médico. Leidiane trabalhava como autônoma, fazendo e vendendo bolos e outros doces no município paraense. Edmilson era enfermeiro. Ambos receberam muitas homenagens nas redes sociais.
Itamaraty acompanha caso
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou o ocorrido. A pasta disse não fornecer informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros, como manda a Lei de Acesso à Informação e o decreto 7.724/2012, no entanto, declarou estar à disposição das vítimas. O ministério informou ainda que o traslado do corpo para o Brasil é uma decisão da família e não será custeado com recursos públicos, como determina o artigo 257 do decreto 9.199/2017.
A reportagem de O Liberal entrou em contato com a Polícia Federal para saber como estão as investigações sobre o caso. Até o fechamento da reportagem não houve retorno. O espaço segue aberto para mais informações.
Número de brasileiros que tentaram travessia ilegal aumentou
O número de brasileiros que tentaram entrar ilegalmente nos Estados Unidos aumentou 19,3% nos primeiros quatro meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Pelo menos 12.284 imigrantes brasileiros foram registrados durante a travessia, segundo a AG Immigration, um escritório de advocacia especializado em green cards, com base em dados do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos. Este é o maior aumento desde 2021, quando mais de 14 mil brasileiros foram impedidos de entrar.
No total, foram contabilizados 992,6 mil flagrantes na fronteira americana com o México entre janeiro e abril, o que representa um aumento de 3,5% em relação ao ano passado. Embora o Brasil não figure entre os primeiros colocados na lista de cidadãos interceptados, ocupando a 17ª posição, o México continua sendo o principal país de origem dos imigrantes, com 253 mil casos. O México é seguido por Haiti (87 mil), Cuba (82 mil) e Venezuela (75 mil).
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