Trabalho de identificação dos 9 corpos encontrados no Pará não tem data para ser concluído, diz PF

Apesar de não ter esse prazo, a Polícia Federal reforçou que faz "todos os esforços para que a identidade das vítimas seja estabelecida no menor tempo possível"

Saul Anjos
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Ainda não há uma previsão de quando os nove corpos - oito deles encontrados dentro de uma embarcação e outro localizado próximo a ela no último final de semana, em Bragança – devem ser identificados oficialmente. Segundo a Polícia Federal, como a migração de pessoas dos países africanos é uma questão humanitária, além de contar com milhares de pessoas desaparecidas e inexistem dados técnicos estruturados, “não é possível estimar o prazo para identificação". Nesta quinta-feira (18), a PF informou que as vítimas serão “sepultadas temporariamente” em Belém, até que as identidades tenham sido estabelecidas e as famílias das vítimas possam ser formalmente comunicadas.

No entanto, a PF reforçou que faz "todos os esforços para que a identidade das vítimas seja estabelecida no menor tempo possível". De acordo com a Polícia Federal, documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali, "não sendo possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades". Há possibilidade de as pessoas terem morrido de fome pelo Oceano Oceano Atlântico.

Por meio da perícia realizada nos corpos e no barco foi possível identificar que a embarcação era ocupada por ao menos 25 pessoas, que possivelmente morreram de fome ou sede durante o trajeto no Oceano Atlântico. Além disso, a análise preliminar de documentos encontrados também indica que a embarcação partiu após o dia 17 de janeiro deste ano da Mauritânia, país situado no noroeste da África.

Além disso, além das 25 capas de chuva encontradas na embarcação onde estavam oito dos noves corpos encontrados em Bragança, as autoridades localizaram 27 telefones. A PF disse que esses aparelhos telefônicos foram encaminhados ao Instituto Nacional de Criminalística, onde serão periciados. A polícia espera que as possíveis informações extraídas desses celulares, dos chips e cartões de memória, em conjunto com ações de cooperação internacional, possam ser utilizadas para trazer indicativos sobre a identidade dos ocupantes da embarcação.

Na quarta (17), a PF e a Polícia Científica do Estado do Pará (PCEPA) terminaram a perícia no barco, assim como de todos os pertences, vestes e objetos que estavam em seu interior. Na mesma data, os agentes realizaram o exame dos nove corpos. A atividade envolveu mais de 30 pessoas em trabalho multidisciplinar, adotando o padrão de Identificação de Vítimas de Desastres (Disaster Victim Identification, DVI), da Interpol.

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Essa perícia, conforme a PF, aconteceu da seguinte forma: exame radiológico; exame de vestes, pertences, documentos e adereços; exame médico-legal, com coleta de material para exames de DNA e de isótopos estáveis; exame odontolegal; exame necropapiloscópico; e estação de verificação de documentos e controle de qualidade.

Os dados colhidos foram enviados para continuar o processo de identificação em Brasília, no Distrito Federal, pelo Instituto Nacional de Criminalística e Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal, com apoio da Interpol e organismos internacionais.

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