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Corpos encontrados no Pará passam por perícia no IML de Belém

O barco e os objetos achados junto às vítimas serão periciados em Bragança, segundo a Polícia Feral (PF)

Saul Anjos
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Os nove corpos - oito encontrados dentro de uma embarcação e outro localizado próximo a ela – passarão por perícia no Instituto Médico Legal (IML) em Belém. Por volta das 15h40, o caminhão frigorífico chegou na capital paraense, após sair do IML de Bragança, município onde as vítimas e o barco foram localizados neste último final de semana. O barco e os objetos achados junto às vítimas serão periciados em Bragança, segundo a Polícia Federal (PF).

Documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali, "não sendo possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades", de acordo com a PF. A suspeita inicial das autoridades é de que, pelo menos, 25 pessoas estavam na embarcação, incluindo as nove encontradas mortas. 

Documentos encontrados indicaram à PF que a embarcação teria percorrido cerca de 4.800 km da Mauritânia, país africano, até ser localizada na região do Tamatateua, em Bragança, no último sábado (13).

A estimativa de José Roberto Peres, superintendente da Polícia Federal (PF), no Pará, é de que o trabalho pericial prossiga até o final de semana para identificar a causa da morte das nove pessoas. 

“Um trabalho de perícia minucioso nesses corpos começa nesta terça (16) e deve se estender até o fim de semana. E ali vai ser identificada a causa mortis, mas que, provavelmente, foi falta de alimento e de água”, contou à imprensa. 

Localização dos corpos

O caso chegou ao conhecimento das autoridades no sábado (13), quando pescadores encontraram um barco com vários corpos em decomposição na região do Tamatateua, em Bragança.

O barco, fabricado com fibra de vidro e com cerca de 13 metros de comprimento, foi encontrado sem motores ou quaisquer sistemas de propulsão e direção, ainda segundo a Marinha do Brasil. Além disso, não apresenta sinais de danos estruturais, indicando não ter passado por naufrágio.  As primeiras informações indicavam que seriam 20 corpos, mas essa suspeita foi desconsiderada na madrugada desta terça (16).

Na madrugada, a Polícia Federal, responsável pela investigação do caso, confirmou a localização de nove corpos – dos quais oito foram encontrados junto à embarcação no sábado (13), e o último no dia seguinte, durante o resgate do barco.

O tempo chuvoso e as marés dificultaram a recuperação dos corpos e da embarcação. O trabalho, que durou mais de 16 horas, foi concluído por volta das 23h30 de domingo (14), horário em que a equipe chegou ao porto de Vila do Castelo.

Investigações do MPF

Ainda no sábado (13), data da localização da embarcação, o Ministério Público Federal (MPF) informou que abrirá duas investigações para apurar o caso.

O procurador-chefe do MPF no Pará, Felipe de Moura Palha, determinou a abertura de investigação na área criminal e de investigação na área cível, que será realizada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF para a defesa de direitos humanos.

Uma investigação criminal foca em eventuais crimes cometidos e na responsabilização penal de autores. A investigação cível concentra-se em questões de interesse público e na proteção de direitos que não necessariamente envolvem crimes.

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