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Instituto busca fortalecer identidade de gênero no Pará e valorização das culturas tradicionais

Inã nasceu a partir da preocupação com a falta de apoio técnico e social para o desenvolvimento sustentável, econômico e igualitário de comunidades tradicionais

O Liberal
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A Amazônia está cada vez mais no centro de inúmeros debates mundiais, nacionais e, obviamente, regionais. Com a proximidade da COP 30 no próximo ano, em Belém do Pará, e o avanço de diversos problemas ambientais e climáticos, a região passa a atrair cada vez mais a atenção de diversos atores sociais. Para pensar seu presente, projetar e cuidar do futuro, sem deixar de lado seu passado, é fundamental observar a(s) realidade(s) amazônica(s) e suas pessoas. Ou seja: seus INÃs.

O termo indígena significa pessoa e também cuidar do outro, sem qualquer tipo de distinção. Isto só é possível a partir do conhecimento e da experiência de cada um(a). Não por acaso, INÃ também é a sigla do Instituto Nova Amazônia, sediado em Bragança, nordeste paraense.

Criado em setembro de 2017 por Patrícia Reis, doutora em Sociologia e Antropologia pela UFPA e Ana Raquel Leite, agroecóloga pelo IFPA, o instituto nasceu a partir da preocupação com a falta de apoio técnico e social para o desenvolvimento sustentável, econômico e igualitário de comunidades tradicionais e em situação de risco na região.

Para provocar mudanças reais e promover e efetivar os direitos dessas pessoas, é fundamental “olhar para a Amazônia como elemento vivo, que não está à disposição para simplesmente nos servir. Temos que pensá-la como elemento que tem ligação direta com a nossa sobrevivência. O INÃ representa nossa forma de pensar e cuidar da Amazônia a partir das pessoas que moram aqui e que vivem aqui, que conhecem seus problemas e já estão agindo com suas soluções e saberes”, explica Patrícia Reis, presidenta do instituto.

O INÃ, enquanto Organização da Sociedade Civil (OSC), é um exemplo vivo de como o compromisso e a dedicação podem transformar vidas. Desde sua fundação, há quase uma década, os voluntários vêm trabalhando incansavelmente para promover mudanças positivas, em especial em Bragança e na região do Salgado paraense. Para isso, diversas ações e projetos foram realizados, como: apoio, valorização e desenvolvimento de diversas ações com Cooperativa de Catadoras e Catadores de materiais recicláveis dos Caetés (Coomarca), como o Projeto do Fortalecimento das catadoras de materiais recicláveis, aprovado no edital “Semana Sustentável 2023”- IDEC, que teve como objetivo contribuir para a redução da invisibilidade de catadores(as) e empoderar principalmente, as mulheres que estão a frente dessa organização e oficinas e projetos relacionados a Saneamento Básico e técnicas ancestrais, além da execução de atividades com crianças PCDs e participação das mulheres extrativistas nos debates sobre mudanças climáticas apoiados Movimento Bem Maior.

Certificado como Ponto de Memória em julho de 2023, pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), o INÃ também irá realizar o documentário “Visibilidade das mulheres negras catadoras”, com histórias de mulheres negras que estão à frente da Coomarca, atuando no enfrentamento das mudanças climáticas. Sobre pescadores e pescadoras artesanais, saberes e defesa do território, há o projeto de valorização da mulher como protetora da floresta em pé: Mulheres Artesãs da Vila Que Era e a defesa do Território. Ambos os projetos reforçam e valorizam a figura feminina como protagonista na construção de uma nova Amazônia.

DE PESSOAS PARA PESSOAS

Como é possível notar, o instituto, enquanto Organização Não-Governamental (ONG), segue à risca a sigla que o nomeia, buscando desenvolver e fortalecer ações para pessoas de Bragança, da região do Salgado e até Belém, resultando em mais de 2 mil pessoas impactadas diretamente e, indiretamente cerca 5 mil pessoas, reunindo também seminários e fóruns realizados.

“Nestas ações, como de apoiar os catadores de materiais recicláveis, promover a reciclagem e redução de resíduos; consumir produtos orgânicos e apoiar a agricultura familiar e estimular o consumo consciente, buscamos apresentar e promover práticas que podem ser realizadas de maneira individual ou coletiva e que produzem como resultado uma preservação dos recursos ambientais”, explica Patrícia, evidenciando o quanto ações de base podem ajudar em temas mais complexos e amplos na região.

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