Em Marabá, grupo protesta contra mortes de grávidas no Hospital Materno Infantil

O protesto foi realizado em frente à Câmara Municipal de Marabá, na manhã desta sexta-feira (2)

Tay Marquioro
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Um grupo de pessoas se reuniu em frente à Câmara Municipal de Marabá, na manhã desta sexta-feira (2), para protestar contra casos de pacientes do Hospital Materno Infantil (HMI) que morreram na maternidade ou em decorrência do atendimento oferecido na casa de saúde. A mobilização foi convocada pelo grupo Articulação Feminista. Um dos casos que motivou o protesto foi após Tereza Bianca Nunes de Castro, de 23 anos, ter sido vítima de erro médico no hospital. Os familiares acusam o hospital de ter perfurado o intestino da paciente durante o parto cesáreo, em dezembro de 2023.

Já nesta sexta-feira (2), uma mulher grávida de três meses morreu nesta sexta-feira (2), em Marabá, após receber os primeiros atendimentos no HMI. Segundo o Correio de Carajás, a paciente se chama Gessica dos Reis Silva, de 28 anos, e teria dado entrada no hospital ontem (1º), mas foi transferida ainda durante a madrugada de hoje para o Hospital Municipal de Marabá (HMM). O grupo Articulação Feminista também protocolou na Câmara um pedido formal de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), além da realização de uma audiência pública sobre casos de morte de parturientes e bebês no HMI.

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O caso foi registrado em outubro do ano passado, mas só agora veio à tona. Além da mãe, o bebê também teve o braço fraturado durante o procedimento

Momento delicado

Embora não haja relação clara entre o atendimento oferecido na maternidade e a causa da morte da paciente, não demorou muito para que a população relacionasse a fatalidade a complicações na gestação. A notícia da morte de Géssica chega em um momento delicado, menos de 24 horas depois de uma entrevista coletiva que reuniu a cúpula da saúde do município. À imprensa, a secretária de Saúde, Mônica Borchart, o diretor clínico do HMI, Valdir Rosado Junior, e a médica Rita de Cássia Vieira, médica obstetra, ratificaram que não houve erro no atendimento prestado à jovem Tereza de Castro. 

Tereza procurou a maternidade em outubro do ano passado para dar à luz o segundo filho e morreu no último domingo (28), após uma série de complicações. A família dela levou o caso à Polícia Civil e ao Ministério Público e acredita que a equipe do HMI de tenha perfurado o intestino da jovem e acusa o hospital de negligência. Neste caso, o bebê da paciente também teve o braço fraturado durante o parto. 

Em nota, o Hospital Municipal de Marabá esclareceu que Géssica dos Reis Silva deu entrada no hospital no dia 1º de fevereiro às 22h24, com gestação de 9 semanas e 6 dias. Ela apresentava sinais de gravidade por quadro de desconforto respiratório, rebaixamento do nível de consciência, com suspeita de tromboembolismo pulmonar. Ainda segundo o hospital, após triagem e consulta médica do Hospital Materno Infantil (HMI), a paciente foi levada pelo Samu para o HMM, com a mesma sintomatologia anterior. 

“Conforme triagem do médico plantonista do pronto-socorro, fora solicitado com urgência o exame de tomografia de tórax com contraste e solicitada vaga para leito de Unidade de Cuidados Especiais, no mesmo dia, após uma hora de admissão com indicação de intubação orotraqueal por instabilidade e rebaixamento do nível de consciência por suspeita de choque obstrutivo”, diz a nota.

Ainda de acordo com o HMM, devido à gravidade do estado de saúde, a paciente acabou evoluindo da instabilidade com histórico de 2 paradas cardiorrespiratórias assistidas por equipe multidisciplinar em leito de unidades de cuidados especiais, com óbito atestado após parada cardiorrespiratória por médico plantonista do HMM no dia 02/02, às 03h15 como causa desconhecida. “O HMM afirma que todos os procedimentos foram realizados seguindo os protocolos de urgência e com toda a equipe multidisciplinar em ação, mas não obteve sucesso em razão da gravidade do estado da paciente”, finaliza o comunicado.

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