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Oposição na Venezuela tenta derrubar Maduro após mais de uma década no poder

Com impedimento de opositores mais conhecidos, aposta fica para Edmundo Gonzales tentar o feito

Gustavo Freitas / Especial para O Liberal
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A Venezuela se prepara para realizar eleições presidenciais neste domingo (28/7) sob tensões internas e pressões externas para que o processo seja limpo. De um lado, Nicolas Maduro está há 11 anos no poder e busca mais um mandato, e do outro, os opositores tentam uma vitória histórica comandada por Maria Corina Machado e Edmundo Gonzales.

Os opositores caminham com dois nomes para a disputa porque a líder da oposição na Venezuela, Corina Machado, foi inabilitada a concorrer a cargos públicos pelo período de 15 anos. Em outubro de 2023, Corina Machado havia vencido as primárias da oposição com quase 90% dos votos e tem sido o rosto da campanha presidencial, atravessando o país com Edmundo para tentar chegar ao poder através do voto.

A decisão da justiça eleitoral que a tornou inabilitada veio logo após a assinatura do Acordo de Barbados, mediado pelos Estados Unidos, que previa o alívio de sanções diplomáticas em troca de eleições livres e plena participação política da oposição no país.

Para substituí-la, Corina Machado escolheu a professora e filósofa Corina Yoris que foi impedida de se registrar no sistema nacional. Em abril, o diplomata de carreira Edmundo González foi o terceiro escolhido para representar a oposição nas urnas, um nome previamente aprovado pelo regime. 

Desde então, a oposição tem dedicado os últimos meses para tornar Edmundo conhecido, apresentando-o ao povo em eventos pelo país. O rosto até então desconhecido, caso eleito, promete união com Maria Corina Machado para que governem a Venezuela em consenso.

Além do impedimento de candidaturas, em 2024 o governo de Maduro intensificou o sequestro de civis ligados à oposição. No primeiro semestre, dezessete dirigentes partidários do Vente foram levados à força por dias, em uma ação costumeira do chavismo nos últimos anos para amedrontar a população.

Na última semana, diversos observadores internacionais tiveram suas permissões canceladas pela justiça venezuelana. O ex-presidente argentino Alberto Fernández, peronista ligado ao movimento progressista, foi desconvidado pelo governo venezuelano após comentar que “quem ganha, ganha. Quem perde, perde”. 

Na sexta-feira, 26, a senadora colombiana Angélica Corrêa desembarcou em Caracas, mas foi deportada pelas forças de segurança no aeroporto, relatando com indignação nas suas redes sociais: “Levaram nosso passaporte por mais de uma hora, não nos deixaram usar o telefone para falar com o embaixador e nos colocaram em um avião de volta para o qual não compramos passagem” - disse a senadora.

Uma delegação do Partido Popular da Espanha, composta por deputados, senadores e eurodeputados, convidados pela coligação de Maria Corina Machado para observarem as eleições, também foram deportados ao tentar adentrar na capital venezuelana.

ESPERANÇA 

No último dia de campanha, a capital Caracas foi tomada por comícios dos dois lados. No encerramento de Corina Machado e Edmundo, muitos venezuelanos demonstraram esperança com um resultado favorável no próximo domingo, apostando que esta pode ser a última chance de mudar a realidade política do país.

Tereza Maria, de 91 anos, estava no comício da oposição e disse em entrevista que a hora de exigir mudança é na eleição de domingo. “Meus filhos e netos vão votar e convido a todos que façam o mesmo para sairmos da situação em que vivemos”, disse. 

Do outro lado da cidade, uma multidão ligada ao chavismo esperou por horas para ouvir Nicolás Maduro encerrar sua campanha eleitoral. O presidente venezuelano, que está há 11 anos no poder e busca mais uma reeleição, disse que a eleição de domingo é sobre “a defesa do socialismo contra o capitalismo”, e da soberania nacional diante das ameaças do “imperialismo colonialista”.

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Na última semana, o governo venezuelano convocou embaixadores em Caracas para compartilhar pesquisas mostrando que Maduro está na frente, buscando alertá-los para não entrar no ritmo de vitória da oposição. Entretanto, em quase todas as pesquisas realizadas nos últimos meses, os números apontam para uma vitória de Edmundo Gonzalez.

Pesquisas eleitorais

  • Atlas Intel:

Edmundo Gonzalez 51,9% x 44,2% Maduro

  • Hercon:

Edmundo Gonzalez 62,1% x 28,1% Nicolás Maduro

  • Ceca:

Edmundo Gonzalez 32,4% x 30,1% Nicolás Maduro


 

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