Mulheres celebram 30 anos de espaço garantido no Corpo de Bombeiros Militar do Pará

O efetivo do Corpo de Bombeiros do Pará conta com aproximadamente 2300 militares, sendo 236 mulheres

Bruna Lima

O Dia Internacional do Corpo de Bombeiros é celebrado neste sábado (4) e a Página da Mulher dedica o espaço às mulheres do Corpo de Bombeiros do Pará, já que neste ano a corporação paraense completa 30 anos que deu início com a introdução de mulheres. Hoje, mesmo com o efetivo de apenas 10% do efetivo total, as bombeiras militares garantem que elas vieram para ficar e que seus espaços estão garantidos pela corporação. O efetivo do Corpo de Bombeiros do Pará conta com aproximadamente 2300 militares, sendo 236 mulheres.

A coronel Alessandra de Fátima Vasconcelos Pinheiro, que é diretora de ensino e instrução da instituição, conta que sua história com a corporação começou a partir do amor pelo militarismo. Antes de entrar na corporação, ela já estava em carreira militar e quando abriu o concurso para mulheres na corporação, em 1997, ela resolveu participar e conseguiu a vaga.

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image Coronel Alessandra de Fátima Vasconcelos Pinheiro foi aprovada no concurso para a turma de mulheres em 1997 (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

"O amor pela Corporação cresceu quando entrei como bombeira. Não foi sempre meu sonho, quando entrei já tinha vindo de uma carreira militar. O militarismo me chamava atenção e conheci os bombeiros por meio de um concurso para a turma de mulheres, em 1997. É uma profissão apaixonante onde você tem a possibilidade de cuidar de pessoas que nunca viu antes. A gratificação vem quando você vê essas pessoas após o atendimento, agradecendo por ter salvado suas vidas ou evitar danos maiores”, pontua a coronel.

Três décadas de atuação feminina entre os bombeiros

Esse ano marca os 30 anos da presença da mulher no Corpo de Bombeiros do Pará, pois essa presença é dividida em três momentos. Em 1994, as primeiras mulheres entraram como cabos auxiliares de saúde. Em 1997, entraram as primeiras oficiais combatentes, que seriam as primeiras a comandar ocorrências de incêndio e salvamento. E em 2007, as primeiras soldados bombeiras militares entraram em serviço.

A primeira turma de mulheres foi ocupada para cargos de cuidado, uma função social que a mulher carrega desde quando nasce. Os próximos concursos já foram reservados para os demais cargos, os quais também são ocupados por homens da corporação.

Sobre o trabalho no Corpo de Bombeiros, a coronel Alessandra conta que as atribuições são realizadas de forma igualitária entre homens e mulheres. As guarnições contam com mulheres em quase todas as unidades, mas evitando ter uma única mulher em uma unidade, por questões de alojamento, por exemplo. “No Pará, há orgulho de contar com 236 mulheres no efetivo total de cerca de 2300 bombeiros”, pontua a coronel.

A coronel destaca ainda que não há cotas para mulheres nos concursos, que são de livre concorrência. No entanto, poucas mulheres fazem o concurso devido à exigência física da profissão, que requer um nível elevado de preparo físico.

Em relação aos desafios, a coronel diz que um dos principais foi provar que as mulheres podem desempenhar as mesmas funções que os homens. Houve desafios também em relação aos equipamentos, que inicialmente eram projetados para homens. “Hoje, as mulheres estão presentes em diversas especialidades operacionais, como combate a incêndios florestais, urbanos e salvamento”, pontua.

Outro desafio foi adaptar as estruturas das unidades para a presença feminina, como alojamentos duplos e equipamentos adequados. No entanto, acredita-se que esses desafios estão sendo superados da melhor forma possível, acrescenta a coronel Alessandra.

Bombeira tem história profissional fortalecida pela família

Aline Lemos Carvalho da Silva é 3º Sargento do Corpo de Bombeiros Militar, atualmente trabalha na Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Sua história no militarismo remonta à época de seu bisavô, passando por seu avô, seu pai e seus três irmãos, todos militares. Em 2017, ela entrou para a corporação na primeira turma de mulheres soldados do Corpo de Bombeiros do Pará.

image Aline Lemos Carvalho da Silva é a 3º Sargento do Corpo de Bombeiros Militar e é irmã, filha, neta e bisneta de militares (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

Ela vê sua atuação como mulher dentro da Corporação, majoritariamente masculina, como uma oportunidade de ajudar o próximo e interferir positivamente na vida das pessoas em situações de emergência. Reconhece os desafios enfrentados, desde questões de acomodação nos quartéis até a necessidade de equipamentos adequados para mulheres, mas destaca o apoio da Corporação para superar tais obstáculos.

"A gente encontrou esses obstáculos, mas percebemos que a instituição está aberta às adaptações e isso é um fator muito importante”, pontua Aline.

Aline enfatiza que as mulheres não estão na instituição para ocupar o lugar de ninguém, mas sim para somar e complementar as habilidades dos colegas homens, tanto em atividades operacionais quanto administrativas. Ela destaca a importância do diálogo e da conscientização mútua entre homens e mulheres na instituição, visando ao reconhecimento mútuo de direitos, protagonismo e contribuições.

"Nós chegamos para ficar e o mais importante é que não estamos ocupando o lugar de ninguém, mas sim o lugar que é nosso", destaca a sargento.

Dia internacional do Bombeiro

O dia internacional do Bombeiro se comemora em 4 de maio, por ser o dia do padroeiro da profissão, São Floriano, que foi um oficial romano que criou um grupo em sua Legião especializado em combater incêndios, sendo o primeiro grupo e chefe de bombeiros que se tem registro, ele foi condenado à morte por perseguição religiosa em sua época, sua execução junto a 40 de seus homens foi por afogamento, essa ligação com a água ajudou a reforçar sua imagem como padroeiro dos Bombeiros.

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