Na súmula, árbitro do Re-Pa registra ataques homofóbicos da torcida do Remo a atacante do Paysandu
A tensão que manchou o clássico pode trazer consequências desagradáveis ao Leão Azul, dado o mau comportamento de alguns torcedores
Se no gramado de jogo a derrota foi sentida, fora dele o Clube do Remo vem tomando seguidas pancadas. O árbitro catarinense Braulio da Silva Machado registrou na súmula da partida do último domingo os ataques homofóbicos feitos por uma parte da torcida azulina, direcionados ao atacante Nicolas. A acusação pode trazer graves prejuízos, caso as autoridades competentes se manifestem em favor de uma punião ao próprio clube, que era o mandante da partida.
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A situação aconteceu quando o Remo perdia por 1 a 0 e a equipe se preparava para uma cobrança de escanteio. Nicolas estava na área bicolor e, enquanto discutia com o zagueiro Ícaro, parte da torcida começou a entoar cânticos homofóbicos direcionados ao jogador. Neste momento, Braulio segurou o andamento da partida até que o barulho fosse encerrado.
"Informo que aos 36 minutos do segundo tempo de partida, foi escutado gritos homofóbicos de forma continua e coletiva por parte da torcida do Clube do Remo, que se encontrava atrás do Assistente nº 2, que proferiam persistentemente a seguinte palavra: 'Viado, Viado, Viado, Viado'. Após este fato, paralisei o jogo, e solicitei ao delegado da partida que fosse anunciado no sistema de som do estádio para que a mesma torcida não mais cantasse esse tipo de canto, sendo que o mesmo cessou imediatamente".
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Histórico
Não é a primeira vez que o clube é denunciado por causa do mau comportamento de parte da torcida. Uma delas foi no duelo contra o Goiás, no dia 15 de novembro de 2021, pela Série B do Campeonato Brasileiro, e a outra é referente ao confronto contra o Paysandu, válida pela semifinal da Copa Verde, também no ano passado.
Nos dois casos, o clube conseguiu a ab solvição, com base na tese apresentada pelo advogado Osvaldo Sestário, de que a instituição clube havia realizado campanhas entre os torcedores, através das redes sociais e nos próprios estádios, em combate à homofobia e qualquer ato de procedência discriminatória, tese acolhida pela turma julgadora do STJD.
Mais ofensas
A situação, que já era adversa, ficou ainda pior. Bráulio também relatou no documento oficial da partida um ataque verbal por parte do executivo azulino, Sérgio Papellin, dirigido a ele, na reta final da partida. O dirigente remista teria colocado em jogo a idoneidade do árbitro central, fato que acabou gerando mais discussões e desentendimentos ao apito final.
"Informo ainda que aos 53 minutos do segundo tempo, no momento em que me dirigia a área de revisão para analisar uma disputa de jogo, o Sr. Sergio Papellin (executivo de futebol da equipe Clube do Remo) voltou a invadir as imediações do campo de jogo, inclusive entrando na área de revisão e com dedo em riste gritava de forma ofensiva as seguintes palavras:" Ladrão, vagabundo, safado". após o fato o mesmo foi retirado por seguranças que estavam próximo ao ocorrido."
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