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Na Seleção Brasileira, paraense se prepara para o mundial em projeto de judô paralímpico

Iniciativa promove inclusão e o desenvolvimento de paratletas deficiente visuais no Pará 

Aila Beatriz Inete
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O Pará teve um representante no judô nas Paralimpíadas de Tóquio. Em Paris, talvez tenhamos mais. A paraense Larissa Oliveira, faixa marrom de judô (J1 até 57 kg), está em busca de uma vaga nos Jogos. A paratleta de 23 anos já destaque nacional e faz parte da Seleção Brasileira. 

Larissa está convocada para disputar o Campeonato Mundial de Judô, que ocorre em novembro, em Baku, no Azerbaijão. Além dela, outros três paratletas do Pará foram selecionados: Victória Emily (J1 até 48 kg), Thiego Marques (J2 até 60 kg) e Rayfran Mesquita Pontes ( J1 até 73 kg). 

A paraense começou no judô em 2011, por meio de um projeto que ela participou quando estava na Escola de Cegos de Belém, o Instituto Álvares de Azevedo. Para o mundial, a paraense disse que está com a expectativa alta e treinando bastante para conseguir bons resultados. 

“A preparação está muito forte, estou bem focada. É uma competição muito importante. Depois das Paralimpíadas, é a mais importante, conta muito no ranking.  Estou com a expectativa de trazer um bom resultado e quem sabe ser campeã mundial”, declarou a paraense. 

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Esta não é a primeira competição de Larissa com a Seleção. Ela já participou de outros torneios como o Grand Prix do Cazaquistão, onde conquistou o bronze, e de São Paulo, organizados pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, sigla em inglês). 

“Foi uma experiência completamente diferente. No Cazaquistão foi a minha primeira competição fora do país, categoria nova, foi bastante diferente porque eu lutei com pessoas que nunca tinham lutado no judô. Foi uma honra, uma felicidade imensa ir e poder trazer um resultado”, relatou Larissa. 

image Larissa foi bronze no Cazaquistão (Divulgação)

A paratleta é integrante do projeto do Clube do Futebol dos Cegos do Estado do Pará (CFCP), que abrange outras modalidade como o goalball e o judô paralímpico. A ideia da iniciativa é incluir os atletas deficientes visuais e descobrir novos talentos. 

O educador físico Allan Basílio, é treinador no projeto do CFCP. Ele é o responsável por treinar os judocas, que vão desde o infantil ao adulto. “Eu fui convidado para fazer parte do projeto. Eu nunca tinha trabalho com deficientes, então, foi algo desafiador, grandioso e maravilhoso”, contou o técnico.

Allan é voluntário no projeto, que começou a ser desenvolvido durante a pandemia e tem quase dois anos. São cerca de 20 judocas paraolímpicos treinando na iniciativa, que é feita sem suporte financeiro de nenhuma outra organização. 

 "Alguns atletas, os mais antigos, já treinavam antes de mim em alguns projetos que teve na Região Metropolitana de Belém. O CFCP foi um clube que os cegos mesmo daqui criaram essa iniciativa e muitos atletas vieram para cá”, explicou o treinador. 

image Projeto tem 20 judocas (Felipe Bispo / O Liberal)

Em quase dois anos de projeto, em setembro deste ano, 10 paratletas do projeto disputaram a primeira competição nacional: o Grand Prix de São Paulo. E como resultado, o grupo trouxe para o Pará oito medalhas, duas de ouro, três de prata e três de bronze. Para o professor, o resultado foi uma surpresa, mas também fruto do trabalho e dedicação dos paratletas. 

Igor Ferreira foi um dos medalhistas na competição. Ele ficou com a prata no torneio, na categoria iniciante. Com 43 anos, além de judoca faixa azul, ele é o único deficiente visual faixa preta de jiu-jitsu do Pará.  

“Eu comecei em 2010 no judô, só que eu parei e migrei para o jiu-jitsu, na época eu achei que era melhor e saí. Voltei a treinar este ano, fiz a prova para ser faixa azul [de judô], voltei a treinar mais sério e fui pro Grand Prix e conquistei a medalha de prata”, disse Igor. 

image Paratletas em treinamento no projeto (Felipe Bispo / O Liberal)

O paratleta ressaltou que a iniciativa é de extrema importância para as pessoas que são deficientes visuais, já assim eles têm oportunidade para se destacarem no esporte. Além do adulto, o projeto também trabalha com a base. No Jogos Escolares Brasileiro (JEBS), o grupo terá quatro paratletas. Uma delas é Yasmin Santos, de 14 anos, faixa azul de judô. A pequena judoca disse que está animada para o competição, que será a segunda disputa da carreira que ainda está só começando.

“Eu sempre assistia algumas lutas na tv e sempre ficava interessada, especialmente pelo judô. Daí a mamãe perguntou se eu queria ir [fazer aulas] e eu disse que sim. Agora no JEBS, a expectativa está muito boa”, contou Yasmin. 

No próximo mês, o projeto vai levar seus paratletas para disputar um torneio em Parauapebas. A ideia é que todos os integrantes participem da disputa. No momento, eles buscam patrocínios para custear ônibus e estadia na disputa. 

Mesmo sem todo suporte e visibilidade, os paratletas vão trilhando os seus caminhos, vencendo lutas e se destacando. Larissa Oliveira, por exemplo, está na briga por uma vaga em Paris e acredita que em 2024 pode chegar lá. 

“Atualmente eu sou quinta no ranking mundial. É uma colocação muito boa para quem tem duas competições [internacionais] pela Seleção Brasileira. Também é muito gratificante, agora é lutar para subir mais e chegar no topo”, concluiu a paraense. 

O projeto está aberto a parcerias, quem quiser ajudar pode entrar em contato com o número  (91) 98313-7319.

(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)

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