Nova voz da Globo nos jogos da Seleção, Luís Roberto fala sobre o Mangueirão e relembra título do Paysandu

Em entrevista exclusiva ao Núcleo de Esportes de O Liberal, narrador fala do desafio de suceder Galvão Bueno nas partidas do Brasil.

Caio Maia
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Belém não será um ponto de partida apenas para a Seleção Brasileira, que iniciou a trajetória nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 no estádio Mangueirão, contra a Bolívia. A capital do Pará também marca uma importante virada de chave para um dos jornalistas mais importantes do Brasil. Voz conhecida da Rede Globo, o narrador Luís Roberto iniciou, na última sexta-feira (8), a trajetória como a "cara" da emissora em transmissões de jogos do Brasil. Com a saída de Galvão Bueno, coube ao paulista a responsabilidade de conduzir as partidas da equipe pentacampeã mundial na TV mais assistida do país.

A rotina do narrador desde que chegou a Belém foi super intensa. Apesar disso, Luís conseguiu dar uma pausa na rotina para conversar com o Núcleo de Esportes do O Liberal. Em um breve papo, durante o último treino da Seleção antes de enfrentar a Bolívia, o jornalista disse que está pronto para o novo desafio. Segundo ele, Belém é a cidade ideal para que a nova fase seja iniciada.

"Eu já estive aqui narrando Seleção, em 1990, quando trabalhava na Rádio Globo. Desde esse período eu percebo a transformação da cidade. Belém tem uma linda história, era a porta de entrada do Brasil antes da aviação comercial. O primeiro porto de quem vinha da Europa era aqui. Além disso, a cidade tinha um ar meio europeu, a Belle Époque. A transformação de Belém é algo muito encantador pra mim. O fato de a gente ver a Seleção jogando em outras capitais do Brasil dá motivo para gente tentar chegar um dia antes, pra gente perceber esse clima. Voltar aqui ao Mangueirão é ainda mais especial, porque vivi todas as fases do estádio", conta.

Narração épica

Luís disse que esteve no Mangueirão desde o primeiro projeto, quando o estádio ainda tinha somente parte das arquibancadas. A trajetória do narrador segue em outras versões do Colosso do Benguí - com arquibancadas completas e após a transformação em estádio olímpico. A última fase, inclusive, tem um lugar especial no coração do jornalista.

Segundo ele, uma das narrações mais especiais da carreira ocorreu no Mangueirão, em 2002, quando a saltadora Maurren Maggi venceu o Grand Prix de atletismo. Segundo ele, aquele acontecimento pode ser comparado a conquistas olímpicas do Brasil.

"Sabe porque o recorde da Maurren é especial? Porque eu sempre fui um repórter olímpico, de vários esportes. Quando você percebe que está numa casa que abraça o olimpismo, que leva 40 mil pessoas para um estádio, você coloca isso numa prateleira alta. Está junto com outros grandes momentos, como vôlei campeão olímpico no Maracananzinho", explicou.

Da pista para o campo

Outro momento importante do esporte paraense está eternizado na voz de Luís Roberto: a conquista da Copa dos Campeões pelo Paysandu. Em 2002, ele narrou o jogo de volta da final contra o Cruzeiro, que deu o título do torneio ao Papão e, consequentemente, uma vaga na Copa Libertadores do ano seguinte.

Questionado sobre a importância do jogo, Luís fez questão de destacar a grandiosidade que a Copa dos Campeões tinha no calendário do futebol brasileiro. Além disso, ele citou a importância da participação do Papão na Libertadores, mas deu uma "cutucada" nos torcedores bicolores.

"A gente estava num momento de acertar o calendário, quando não existia os pontos corridos no Brasil. A Copa dos Campeões foi uma grande sacada e as edições que existiram foram competições maravilhosas. Além disso, o título do Paysandu tem tom épico. O Paysandu era azarão e o fato de ter tido jogos aqui (em Belém) foi uma enorme coincidência. É um momento maravilhoso e não podemos pensar em diminuí-lo. Ainda teve depois a vitória em cima do Boca, na Bombonera, com gol de Iarley. É bom, porém, não lembrar o jogo de volta aqui em Belém, deixa o Schelotto com isso", brincou.

Um novo passo

Apesar da distância, Luís disse que acompanha os resultados do futebol no Pará e disse que torce para o retorno das equipes paraenses à Primeira Divisão. Questionado sobre o que é preciso para que os clubes avancem nesse sentido, o narrador colocou como meta principal a profissionalização da gestão. Como exemplo bem sucedido disso, ele citou o Fortaleza, clube consolidado na Série A há cinco temporadas.

"Agora, como factual, sei que o Paysandu empatou com o Volta Redonda em casa e vai jogar em Manaus na briga pelo acesso. É possível subir ainda, mas é preciso mais. O estádio aqui está pronto, mas pra você gravitar no nível alto do futebol, como o Fortaleza, é preciso estar estruturado do ponto de vista da gestão. Público nós sabemos que tem, mas precisamos de gestão. É necessário saber como capitalizar isso, com plano de sócio, fisiologia, CT. O Fortaleza, por exemplo, não tinha estrutura até há alguns anos, mas hoje eles têm uma estrutura top de linha. Esse é o enigma pra ter alguém do Norte do Brasil gravitando na elite", finalizou.

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