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Análise: Brasil 5 a 1 Bolívia e o que o 'Dinizismo' trouxe de novidade para a Seleção Brasileira

Liberdade, criatividade, tabelas foram algumas das marcas da estreia da Seleção Brasileira sob o comando de Fernando Diniz

Alessandro Amorim
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A "Era Diniz" começou nesta sexta-feira (8) em Belém. Troca de passes, liberdade criativa, aproximação e muito jogo gerado pelo setor ofensivo foram os destaques de uma estreia bem promissora da Seleção Brasileira sob o comando de Fernando Diniz. O 5 a 1 no placar, em cima da Bolívia, refletiu a superioridade do Brasil no Mangueirão e já dá ótimos sinais para o ciclo da Copa do Mundo de 2026.

Dada a disparidade técnica entre Brasil e Bolívia, esperava-se que a Seleção exercesse o favoritismo em Belém com tranquilidade. Desde o apito inicial, foi isso o que vimos com o time de Fernando Diniz colocando as ideias do treinador em campo. Tabelas para tentar furar a linha de cinco defensores bolivianos, inversões de bola para tentar achar o ponta em situações de mano a mano e muita liberdade para os jogadores se movimentarem e se encontrarem em campo.

Nas últimas duas Copas, vimos uma Seleção Brasileira treinada por Tite mais “europeia”.O treinador buscava, através das convocações, os jogadores mais competentes para cumprir as funções que o time pedia. Era um time bem treinado, mas ficou um gosto de que o Brasil podia mais nos dois jogos de quartas de final em 2018 e 2022. Com Diniz, a Seleção Brasileira vai para o outro lado de pensamento de trabalho: mais liberdade e tenta potencializar as características dos jogadores. A ideia é a mesma, ser ofensivo e dominar os adversários.

A primeira escalação da Era Diniz veio com: Ederson, Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães, Renan Lodi, Casemiro, Bruno Guimarães, Neymar, Rodrygo, Raphinha e Richarlison. Um 4-2-3-1 que virava um 4-1-4-1 quando Bruno Guimarães se posicionava mais ao lado de Neymar.

Ederson, nesse primeiro momento, ganhou a titularidade no gol da Seleção Brasil por conta do ótimo trabalho com os pés na saída de bola no Manchester City, treinado pelo espanhol Pep Guardiola. Segundo dados do Sofascore, o goleiro Ederson distribuiu 27 passes, mais que qualquer outro jogador boliviano na partida. Para complementar esse trabalho de saída de bola, o time teve a adição de Gabriel Magalhães jogando pelo lado esquerdo da zaga, fundamental para liberar Renan Lodi e o lateral atacar o corredor esquerdo junto com Rodrygo.

image Ederson ganhou vaga no gol da Seleção pela ótima saída de bola com os pés. (Reprodução/Sportv)

Bruno Guimarães foi um dos remanescentes da última Copa do Mundo e parece que será um dos pilares sob o comando de Diniz. O meio-campista fez uma partida praticamente perfeita com 1 assistência, 100% de aproveitamento em passes (50/50) e bolas longas (4/4), além de ser fundamental nas recuperações de bola do Brasil no setor de ataque. Ao lado de Neymar, era responsável pelas inversões de corredor para buscar Rodrygo e Raphinha de cara contra os alas bolivianos. Os pontas aproveitaram esse cenário para criar as melhores chances de gol do Brasil no jogo, e ao todo foram 21 finalizações contra o gol da Bolívia.

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image Neymar achou Raphinha livre de marcação na esquerda. Jogada foi bem explorda contra a Bolívia (Reprodução/Sportv)

Fernando Diniz rasgou elogios a Neymar na coletiva desta quinta-feira (7) e em campo foi a tradução do que pode ser a equipe da Seleção Brasileira neste ciclo de Copa. Ele não teve tantas obrigações defensivas, mas quando o time tinha a bola no campo de ataque ele tinha total liberal de circular em campo e se aproximar de quem estava com a bola dominada. A movimentação do camisa 10 e do trio de ataque foram fundamentais para o Brasil furar a defesa da Bolívia com tranquilidade.

O ponto negativo na estreia foi em algumas transições defensivas que a Seleção Brasileira teve dificuldades para lidar com alguns contra-ataques, inclusive no gol de Victor Abrego. Nada que ajustes sejam feitos para corrigir o problema e estar mais preparado contra seleções mais fortes das Eliminatórias, como Argentina e Uruguai. Individualmente, Richarlison ficou abaixado em relação ao time. O atacante perdeu uma chance clara no segundo tempo e pecou em algumas tomadas de decisão. O "9" ficou em falta nas últimas duas Copas.

Para uma estreia, foi ótimo identificar as digitais do trabalho de Diniz na Seleção Brasileira. No final das contas, foram novidades para o que vinha sendo trabalhado na Seleção Brasileira nos últimos anos. Podemos estar presenciando um resgate ao que já foi jogado no passado. Jogadores técnicos abusando da criatividade brasileira com aproximações e tabelas. O nível do adversário deve se levar em conta, mas foi prazeroso assistir o Brasil de Diniz no Mangueirão.

 
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